Governo fala que vai garantir preços mínimos

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Lula: ?Temos que ser donos do próprio nariz?.

Garantir o preço mínimo dos produtos agrícolas é umas das metas do governo federal, disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa de rádio Café com o Presidente. Segundo ele, a liberação de R$ 1,4 bilhão para a agricultura visa a dar tranqüilidade aos agricultores. ?Eu quero trabalhar de forma que a gente possa garantir tranqüilidade a todos aqueles que no campo produzem, sejam empresários, seja a agricultura familiar. Essa liberação de recursos que nós fazemos é para garantir o preço mínimo da soja e vamos continuar discutindo a agricultura. Para nós, a agricultura é a válvula principal do coração deste país?, afirmou.

Lula destacou que os produtos agrícolas têm papel importante no crescimento do País e das exportações, mas sofre com fenômenos da natureza, como excesso de chuva ou seca. ?O governo precisa assumir a responsabilidade de garantir uma certa eqüidade desses preços?, destacou.

Gás

O presidente Lula também falou, no programa de rádio, que o País buscará a auto-suficiência em gás natural e continuará a comprar gás boliviano, ?desde que o gás da Bolívia seja conveniente do ponto de vista de preço para o povo brasileiro?. ?Nós temos de ser donos do nosso nariz. O Brasil tem condições e, portanto, nós vamos trabalhar para que o Brasil seja auto-suficiente. Isso não implica que a gente não continue importando gás da Bolívia, desde que o gás da Bolívia seja conveniente do ponto de vista de preço para o povo brasileiro?.

Para Lula, a nacionalização do gás boliviano provocou polêmica, interpretações equivocadas e ?afirmações equivocadas?. Lula e o presidente da Bolívia, Evo Morales, se encontraram na Áustria, durante a Cúpula União Européia – América Latina e Caribe. Dois dias antes, Morales havia declarado que a Petrobras agiu ilegalmente em seu país.

OMC

Lula disse, ainda, que o acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC) pode sair ainda neste ano. Segundo ele, os encontros que teve com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e com a chanceler alemã, Ângela Merkel, durante a Cúpula União Européia – América Latina e Caribe, na Áustria, serviram para acertar pontos de um acordo.

De acordo com o presidente, para que o acordo seja firmado, é preciso que os Estados Unidos reduzam os subsídios agrícolas, a União Européia abra seu mercado agrícola para as nações pobres e o G-20 (grupo de 20 países em desenvolvimento), liderado pelo Brasil, flexibilize o acesso dos países ricos aos bens industriais. ?Se os três blocos conseguirem configurar esse triângulo de objetividade que temos de cumprir, nós poderemos surpreender o mundo com um acordo que parecia impossível. Eu estou convencido de que se cada um assumir a sua responsabilidade, nós poderemos, finalmente, assinar um grande acordo comercial no mundo, que possa permitir que os pobres possam vender seus produtos agrícolas nos países mais ricos?.

Lula disse que o assunto pode ser abordado durante a Cúpula do G-8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia), que ocorrerá em julho em São Petersburgo, na Rússia. ?Se cada um cumprir a sua função, nós poderemos, em julho, quando estivermos em São Petersburgo, marcar uma reunião em Berlim ou em qualquer outro lugar da Europa e firmarmos o acordo definitivo da OMC, que eu acho que será um avanço para os próximos 20 ou 30 anos na questão do comércio internacional?, acrescentou.

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