O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, não aconselha os motoristas a fazerem novas conversões de seus veículos para que possam rodar por meio de gás natural veicular (GNV). "Eu não aconselharia", disse Hubner, em entrevista coletiva à imprensa. Segundo o ministro, a prioridade é garantir o gás para as usinas termelétricas. "Isso é uma questão de segurança energética para o País".
Ainda segundo o ministro, também é necessário garantir o suprimento de gás para a indústria e manter o abastecimento dos veículos que já rodam atualmente com GNV. "Não poderíamos abandonar aquelas pessoas que por boa fé transformaram seus veículos para rodarem a gás. O governo tem uma responsabilidade com eles", disse Hubner. Segundo ele, o que o governo quer é que o consumo do GNV não se expanda. "A gente pode ter uma política no sentido de, pelo menos, não expandir muito fortemente a questão do GNV. Seria uma alternativa que está sendo estudada. Nunca foi prioridade nossa o desenvolvimento da indústria de GNV".
Hubner negou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha incentivado o consumo de gás para veículos. Segundo ele, foi o governo anterior do Rio de Janeiro, na gestão Rosinha Mateus, que incentivou o uso de GNV nos carros. Segundo Hubner o governo federal vai discutir com os Estados e as distribuidoras a definição de prioridades para o uso do gás. "O que nós queremos é que só haja expansão no momento em que houver garantia de fornecimento".
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que também participou da entrevista, disse que na sua opinião "o uso do gás natural para veículos não é o melhor para esse combustível". Ele entretanto, ressaltou que essa não é uma responsabilidade da Petrobras. "A Petrobras não vende GNV, ela vende gás para as distribuidoras que vendem o GNV para os postos".