Governo estuda dar incentivos para geração própria de energia

Para enfrentar a crise energética, o governo avalia conceder incentivos às mini e micro gerações feitas pelos próprios consumidores em suas residências, que podem “devolver” eletricidade à rede das distribuidoras e obter créditos nas contas de luz dos meses seguintes.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que há negociações em andamento para a adoção de estímulos para fazer o modelo finalmente deslanchar no País.

A mais importante dessas medidas seria autorizar as distribuidoras de eletricidade a pagar mais caro por essa eletricidade, inclusive preços acima do Valor de Referência (VR) – a média praticada nos últimos leilões de energia.

As empresas de distribuição podem adquirir até 10% da sua demanda dos próprios consumidores. “Se as empresas puderem pagar valores acima do VR, isso estimulará que mais consumidores adotem o modelo de geração própria”, disse.

Outra medida em estudo é a criação de uma linha de financiamento aos equipamentos de geração caseira, como placas solares, turbinas eólicas, conversores e os leitores bidimensionais – que medem quanta energia é recebida pelo consumidor e quanta eletricidade é devolvida por ele à rede. “A energia solar tem viabilidade mais imediata, mas em fazendas, por exemplo, há espaço para outras fontes. Mas é necessário se financiar este tipo de investimento”.

Além disso, o governo negocia no âmbito do Confaz – que reúne todos os secretários estaduais de Fazenda – a isenção da cobrança do ICMS sobre a devolução da energia pelos consumidores às redes das distribuidoras. Isso porque, na avaliação de Rufino, não ocorre uma troca comercial no modelo, mas sim a geração de um crédito que é abatido na fatura do mês seguinte. “Minas Gerais já isentou o modelo de ICMS por cinco anos. Isso ajuda a incentivar a aumentar a adesão ao modelo”, disse Rufino.

Shoppings

Rufino confirmou ainda a afirmação dada na semana passada pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sobre a possibilidade de se incentivar empreendimentos maiores – como shoppings, hotéis e pequenas indústrias – a usarem seus geradores também fora da hora de ponta formal, no começo da noite, em que a tarifa de energia é mais cara.

“Como tem ocorrido uma mudança em alguns momentos da ponta de carga para o começo da tarde, a ideia seria incentivar esses empreendimentos a usarem energia própria também nesses horários”, disse Rufino. Segundo ele, o combustível usado por esses geradores pode vir a ser pago em parte pela conta de Encargos de Serviços do Sistema (ESS), que já remunera as usinas térmicas do País.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo