O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o atual governo herdou uma “crise enorme, um déficit público de R$ 170 bilhões, uma recessão que é a maior da história do Brasil”, após participar de evento promovido pela Receita Federal, na Ilha Fiscal, no Rio. “Não devemos subestimar isso”, complementou.
Para retomar a economia, acrescentou Meirelles, o governo está “tomando as medidas necessárias”. Entre as medidas que estão sendo tomadas, ele citou a PEC do teto dos gastos, a reforma da Previdência, e “mudanças fortes na postura de combate à inflação”. O pacote de medidas de estímulo ao investimento, anunciado pelo presidente Michel Temer, na semana passada, é uma “agenda de aumento da produtividade”, segundo o ministro.
“É um projeto extenso de recuperação da economia brasileira, mas estamos partindo de uma base muito baixa. É a maior crise, a maior recessão do Brasil desde que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro começou a ser medido, no início do século passado”, afirmou.
Ele disse ainda que a “boa notícia” é que as medidas propostas pelo governo estão sendo aprovadas pelo Senado com ampla maioria. “Isso é o mais importante”, em sua opinião.
‘Separar as coisas’
O ministro da Fazenda afirmou também que é preciso “separar as coisas” em relação às investigações sobre corrupção que atingem membros do governo e do Congresso. “Uma coisa são questões políticas ou investigações contra pessoas. Outra coisa são medidas de ajuste econômico que vão possibilitar que o País saia da crise”, comentou.
Segundo Meirelles, o foco deve ser nas medidas de ajuste. “Independentemente de questões judiciais, questões que envolvam pessoas ou problemas políticos, a agenda de ajuste econômico continua seguindo normalmente”, afirmou o ministro.
Meirelles disse que o foco deve ser no ajuste, porque “a economia brasileira precisa voltar a crescer”. “Isso é interesse da população, não é interesse de políticos”, disse o ministro, completando que o Congresso Nacional está aprovando as medidas que estão sendo lançadas pelo Executivo.
O ministro afirmou ainda que o Ministério da Fazenda deverá lançar nos próximos dias uma medida de “complementação daquilo que anunciamos na quinta-feira”, envolvendo o funcionamento dos cartões de crédito, com mudanças “no prazo de recolhimento para os lojistas, de pagamento para os lojistas da compra”. Segundo Meirelles, a ideia é lançar essa medida ainda este ano.