Brasília – A inclusão de metas sociais será a principal diferença da política industrial em fase de elaboração pelo atual governo das anteriores. A orientação recebida pela equipe que prepara a nova política é de – muito além da inovação tecnológica e de estimular a produção industrial do País – ter como preocupação imediata reduzir as desigualdades.
Ou seja, em troca de benefícios a serem concedidos, o empresariado tem de dar respostas, também, no social.
Ao longo do primeiro semestre de 2003, foram reinstalados seis fóruns de competitividade, criados na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e instalados outros quatro. Cada fórum criou um grupo de trabalho específico para ações voltadas para o tema.
São exemplos o farmacêutico, que estuda formas de aumentar o acesso da população de baixa renda aos remédios; o siderúrgico, que discute medidas para combater o trabalho infantil; e o eletroeletrônico, que trata também da inclusão digital.
Além da inclusão social, o governo exigirá outras contrapartidas em troca da elaboração de políticas estruturais, que incluem redução de tributos e maior acesso ao crédito. Estas propostas são a substituição de importações, o aumento de exportações, a garantia de abastecimento no mercado interno, a geração de empregos e o repasse da diminuição dos custos aos preços para o consumidor.
A preocupação maior do governo, num momento de recessão industrial e aumento do desemprego, é com os setores que são grandes empregadores e cuja produção está quase totalmente voltada ao mercado interno. Cabem nesse conceito as áreas de infra-estrutura, especialmente transportes e energia elétrica. Segundo fontes do setor privado, a Eletrobrás, por exemplo, está preparando um ambicioso plano de investimentos para renovar a rede de distribuição de energia. A necessidade de investimentos em todo o setor elétrico, até 2010, supera R$ 80 bilhões.