As exportações brasileiras devem bater um novo recorde em 2005, mas com um crescimento menor do que o registrado em 2004, de acordo com previsões do Ministério do Desenvolvimento. Segundo o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), as vendas do Brasil para o exterior devem crescer cerca de 12%, dos atuais US$ 96,5 bilhões para US$ 108 bilhões.
O ministro também estima que o País deve alcançar o patamar de US$ 100 bilhões em exportações em 12 meses ainda no primeiro semestre deste ano, apesar de o cenário para 2005 não ser tão favorável quanto foi em 2004.
Já as importações devem crescer entre 20% e 30% – para algo entre US$ 75,3 bilhões e US$ 81,6 bilhões. O ministro não fez previsões para o saldo da balança. Mas de acordo com as previsões para importações e exportações, ele deve ficar entre US$ 26,4 bilhões e US$ 32,7 bilhões.
"A nossa perspectiva para 2005 é que as importações vão manter um ritmo forte. As exportações vão continuar crescendo, mas em um ritmo menor, uma vez que a base de comparação de 2004 é muito elevada e alguns bônus que nós tivemos não vão se repetir", disse o ministro.
Ele se referiu aos preços favoráveis para produtos agrícolas, como a soja, que estão em queda no mercado internacional, e ao recuo do dólar para patamares entre R$ 2,80 e R$ 2,85 (previsões do mercado), o que também desestimula as exportações.
"Nós tivemos preços extraordinários (para a soja em 2004, por exemplo) e agora voltamos à normalidade da média dos últimos dois anos", afirmou.
Recorde
A balança comercial registrou em todo o ano passado um superávit de US$ 33,696 bilhões, o que representa um crescimento de 35,9% em relação a 2003 (US$ 24,8 bilhões). Trata-se do maior saldo positivo já registrado pelo País e do segundo ano de recorde seguido. O resultado, divulgado ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, superou a previsão do Banco Central, de saldo de US$ 32,5 bilhões.
As exportações totalizaram US$ 96,475 bilhões, o que representa crescimento de 32%. Trata-se também de um novo recorde histórico e superou a meta de US$ 94 bilhões do BC.
Segundo o ministério, o crescimento das exportações brasileiras superou a média mundial. Números do FMI (Fundo Monetário Internacional) apontam para um crescimento das exportações mundiais de 18,3% no ano passado.
Os setores que registraram maior crescimento no Brasil foram produtos básicos (commodities) e semimanufaturados (processamento simples). Já as importações também cravaram novo recorde e somaram US$ 62,779 bilhões em 2004, ou alta de 30% em relação ao ano anterior.
Dezembro
Em dezembro, a balança teve superávit de US$ 3,510 bilhões, resultado de exportações de US$ 9,194 bilhões e importações US$ 5,694 bilhões.
A valorização do real ante o dólar não afetou a competitividade das exportações brasileiras. Tanto o superávit quanto as exportações tiveram o segundo melhor resultado do ano apesar de o dólar cair para patamares próximos a R$ 2,70 no mês passado.
