O governo federal avalia que concessões dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre deverão registrar ágios bem menores na comparação com as rodadas anteriores de leilões aeroportuários, quando foi de 300% em média, afirmou hoje o assessor especial do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Dario Lopes.
“Nós esperamos o ágio menor, isso não vai ser surpresa para o governo”, disse o executivo, em conversa com o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) durante evento organizado pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo. “Hoje, a percepção do governo é que falar que o ágio médio foi de 300% não é positivo, porque isso implica num risco envolvido que o governo não soube mitigar.”
Segundo Lopes, a expectativa tem relação com o cenário menos favorável sob a ótica econômica e com o formato da concessão, que inclui o pagamento do ágio antes da assinatura do contrato. “O cenário está mais complicado para frente, as concessões possuem investimentos pesados para fazer. Não esperamos um ágio muito grande.”
Questionado sobre eventuais riscos associados à eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, Lopes afirmou que a questão está no radar do governo, mas que, no momento, o cenário não parece provável. O republicano tem indicado que pretende incentivar o setor de infraestrutura norte-americano, o que poderia gerar um cenário de competição com os projetos brasileiros.
“A avaliação geral é que, se o governo Trump tivesse passado uma mensagem mais centrada ao mercado, o possível e o provável ficariam mais próximos”, avaliou. “Mas a mensagem não é centrada, a tendência é que seja um governo nervoso. Se, por um lado, há o estímulo, por outro há problemas complicados de gestão.”