Enquanto a Primavera Árabe derruba ou ameaça ditadores no norte da África e no Oriente Médio, um inédito Outono Europeu derruba em sequência líderes políticos. Depois de George Papandreou e Silvio Berlusconi, a próxima vítima da degola é José Luiz Rodríguez Zapatero.
No poder há sete anos, Zapatero e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) enfrentam eleições gerais na Espanha já preparados para o pior: deixar o Palácio Moncloa, sede do poder de Madri, expulsos pela impopularidade causada pela austeridade extrema, a recessão crônica e uma taxa de desemprego digna de guerra, a maior da Europa Ocidental no momento: 21,5%.
Pesquisas de opinião divulgadas nesta semana anunciam uma ampla vitória do Partido Popular (PP), de centro-direita, e de seu líder, Mariano Rajoy. Segundo as sondagens da semana, Rajoy tem cerca de 46% dos votos e deve somar 195 deputados, de um total 350.
Ao derrubar Zapatero, a crise na Europa fará sua oitava vítima desde novembro de 2008. Antes dele, caíram Geir Haarde, na Islândia; Gordon Brown, no Reino Unido; Brian Cowen, na Irlanda; José Sócrates, em Portugal; Iveta Radicova, na Eslováquia; George Papandreou, na Grécia; e Silvio Berlusconi, na Itália. Todos sofreram pressões simultâneas da opinião pública e dos mercados financeiros por não terem sido capazes de evitar o contágio pela turbulência. Para Philippe Dessertine, professor de economia do Institut de Haute Finance, da França, não adianta culpar as bolsas de valores. “Não são os mercados que ganham influência. O problema é que nós não respondemos a eles.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.