O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 7, que os projetos de lei que o governo enviará para permitir a privatização da Eletrobras vão prever que o Executivo só ficará com 40%das ações da empresa. Hoje, a União tem 60% das ações. Segundo Maia, esses 40% poderão serão vendidos no futuro, quando a estatal estiver mais valorizada no mercado.

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“O governo vai encaminhar de uma forma onde você não vai vender todas suas ações por um preço menor agora. Você vai vender parte delas, vai ficar com 40% das ações e, com isso, ao longo do tempo, com a melhor qualidade da gestão privada, o Brasil poderá, no futuro, ou manter sua participação recebendo dividendos ou vender sua participação com suas ações mais valorizadas do que neste momento”, declarou Maia.

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“Hoje ele (o governo) tem 60%, vai ficar com 40% para vender depois esses 40% por um valor maior. Foi o que entendi da tramitação que foi feita ontem pelo ministro (de Minas e Energia), Fernando Coelho”, reforçou o presidente da Câmara, que elogiou o envio da proposta por projeto de Lei, e não por medida provisória (MP), como queria parte da equipe econômica. “Acho que é o caminho certo”, afirmou Maia, que vem criticando o excesso de MPs editadas pelo Executivo.

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Em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) no último domingo em Madrid, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, tinha dito que o governo estava empenhado em diluir sua participação na Eletrobras, mesmo que isso ocorresse durante o processo de emissão de ações, que está em fase de modelagem neste momento.

A projeção do ministro é a de que a participação atual, de cerca de 60% na companhia, cairá para algo em torno de 40%, mesmo porcentual informado por Maia, mas considerado pelo mercado financeiro como uma presença ainda muito grande da União.

Sistema elétrico

O presidente da Câmara anunciou ainda que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, prometeu enviar ainda este ano ao Congresso Nacional projetos para “reorganizar” o sistema elétrico. O parlamentar fluminense não deu, contudo, detalhes das propostas.