economia

Governo eleva previsão de superávit comercial para US$ 60 bi

Com um saldo comercial expressivo no primeiro semestre, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) aumentou a previsão de superávit na balança deste ano de US$ 55 bilhões para US$ 60 bilhões. Se confirmado, esse será o maior resultado da história. O recorde anterior foi registrado no ano passado, quando a balança teve superávit de US$ 47 bilhões. “A tendência é continuar o ano com superávits fortes e esperamos esse resultado recorde para o ano”, afirmou o diretor do Departamento de Estatística da pasta, Herlon Brandão.

A balança comercial brasileira encerrou o primeiro semestre com superávit de US$ 36,219 bilhões, que representa o melhor resultado para o período da série histórica, iniciada em 1989. O montante foi alcançando principalmente com aumento de 19,3% nas exportações. As importações cresceram 7,3% no mesmo período.

Além da alta nos preços dos principais produtos da pauta exportadora, que vinha sendo registrada até maio, em junho houve ainda melhoria na quantidade exportada, que acumulou crescimento de 1,8% no primeiro semestre.

Isso se deve, principalmente, ao crescimento nas vendas de produtos como soja, que teve safra recorde neste ano, petróleo e minério de ferro. Brandão destacou também o aumento das exportações de automóveis e celulose. No semestre, o crescimento nas vendas foi mais forte em produtos básicos (27,2%), seguido de semimanufaturados (17,5%) e manufaturados (10,1%).

Já a importação continua com aumento na quantidade (2,9%) e nos preços (4,2%) no semestre. “O aumento da importação mostra melhoria do cenário nos últimos meses”, afirmou o diretor.

Carne.

Para Brandão, a Operação Carne Fraca e a suspensão na importação de carne bovina in natura brasileira pelos Estados Unidos não tiveram impacto significativo nas vendas brasileiras.

O embargo à carne bovina in natura havia sido encerrado neste ano pelos EUA e o produto alcançou participação de 2% do valor total exportado. No primeiro semestre, as vendas do produto para o país norte-americano somaram US$ 59 milhões, ante apenas US$ 121 mil no primeiro semestre de 2016. Em maio, o total vendido havia sido de 4,5 mil toneladas, o que caiu para 2,4 mil toneladas em junho, mês da nova proibição. “O Brasil é o maior exportador mundial de carne e a oferta é restrita no mundo todo. Não acredito que o embargo da carne in natura pelos EUA terá efeito nas vendas brasileiras”, afirmou.

Brandão disse ainda que os impactos da Carne Fraca foram pontuais e se diluíram ao longo do semestre. De janeiro a junho, houve redução de 2% no valor exportado de carne bovina in natura (US$ 2,2 bilhões), mas o montante aumentou 8,2%. Ele atribuiu essa variação à redução de 57% no total vendido para o Egito, país que passa por uma crise cambial. “Não foram questões sanitárias”, acrescentou.

No total, houve aumento nas exportações da carne brasileira bovina, suína e de frango. O valor exportado passou de US$ 6,6 bilhões em 2016 para US$ 6,9 bilhões em 2017 (+4,3%), enquanto a quantidade subiu de 3,1 milhões de toneladas para 3,26 milhões de toneladas (+6,5%).

Petróleo.

Brandão destacou o desempenho da conta petróleo, que deverá ser superavitária pelo segundo ano consecutivo em 2017. De janeiro a junho, a venda de petróleo e derivados supera as compras em US$ 3,334 bilhões. Em 2016, essa conta foi positiva pela primeira vez na história, fechando em US$ 409 milhões. As exportações aumentaram significativamente (106,4%) e há crescimento também nas importações dos produtos (25,6%).

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