O governo do Paraná impetrou ontem, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF), medida judicial para suspender a liminar que liberou o plantio de soja transgênica no Estado. A decisão foi tomada na sexta-feira (19) pela juíza da 2.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gisele Lemke, que liberou o plantio de soja transgênica para todos os agricultores que tinham semente da safra anterior e não apenas para os que haviam firmado o Termo de Compromisso, Responsabilidade e Ajustamento de Conduta.
O pedido de liminar era da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Enquanto não há uma resposta do TRF, os produtores estão aproveitando para plantar a soja geneticamente modificada, com base na liminar de primeira instância.
?Já está tudo plantado?, disse o presidente do Sindicato Rural de Chopinzinho, a 400 quilômetros de Curitiba, no sudoeste do Paraná, Ênio Pigosso. ?Mas é meio sigiloso o nome das pessoas.? Segundo ele, para evitar problemas, todos estão fazendo o termo de compromisso. ?O sindicato tem informado que pode haver problema com o glifosato em pós-emergência?, afirmou.
Único agrotóxico que pode ser utilizado em soja transgênica, seu uso não foi liberado pelo governo. Pigosso calcula que 80% dos produtores agrícolas de sua região vão ter um pouco ou toda a lavoura com transgênico.
O presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Nelson Menegatti, acredita que em sua região também está havendo plantio de produtos geneticamente modificados. ?É a maneira que eles têm para conseguir mais lucro. E para o meio ambiente também é melhor?, garantiu. Segundo ele, os produtores já tinham plantado a soja não transgênica e aguardavam alguma abertura jurídica para semear a modificada. ?Ninguém fala, mas acredito que tenha vários plantando em áreas pequenas?, disse.