A Medida Provisória (MP) 800, que dava mais prazo para rodovias realizarem investimentos em duplicação, perde validade à meia-noite desta segunda-feira, 26, , por não haver sido votada pelo Congresso Nacional a tempo. Em seu lugar, o governo tende a enviar um projeto de lei para ser votado em regime de urgência, conforme informou o jornal “O Estado de S. Paulo” na última quinta-feira. A hipótese de reeditar a MP, que também foi aventada na semana passada, está descartada.

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O texto do projeto de lei deverá repetir os dispositivos constantes da MP e agregar punições às concessionárias que, uma vez socorridas, voltem a apresentar atraso nas obras. As penas foram negociadas na semana passada pelo ministro dos Transportes, Maurício Quintella, na tentativa de contornar resistências de parlamentares da base e da oposição que se colocaram contra a MP.

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Editada por pressão das concessionárias que arremataram rodovias federais na chamada Terceira Etapa, cujos leilões foram realizados no governo de Dilma Rousseff, a MP 800 permite alongar de cinco para até 14 anos o prazo para que os trechos concedidos sejam duplicados. Em troca, prevê uma redução nas tarifas do pedágio, que, no entanto, só acontecerá depois que as obras estiverem concluídas.

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As concessionárias apontam a queda no volume de tráfego por causa da crise econômica e dificuldades na obtenção de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como razões para os atrasos. O governo, de início resistente, acabou editando a MP porque avaliou que o processo “normal”, que seria cassar as concessões por descumprimento de contrato e realizar novo leilão, tomaria muito tempo e muito provavelmente resultaria em aumento nas tarifas de pedágio, além de admitir prazos mais longos para as duplicações.

A permissão para ampliar os prazos para os investimentos, no entanto, provocou muita polêmica no Congresso. Houve resistência pelo fato de a redução do pedágio não ocorrer de forma imediata e pelo fato de a MP atropelar os contratos de concessão.

Além disso, a inclusão de um dispositivo estranho à MP, a prorrogação de contratos de concessão de portos secos, aumentou as resistências ao texto. O Tribunal de Contas da União (TCU) também se colocou contra a MP.

Na semana passada, num último esforço para conseguir votar a matéria, Quintella assumiu o compromisso de enviar um projeto de lei para punir as concessionárias que voltarem a atrasar investimentos mesmo após conseguirem alongamento de prazo. O texto prevê que, nesse caso, ela será declarada inidônea pelo prazo de 10 anos, ficando proibida de assinar contratos com o poder público nesse período. Esse dispositivo deverá ser incorporado ao novo projeto de lei.