O governo do Estado de São Paulo está trabalhando para concluir em até quatro meses o primeiro projeto termelétrico para construção de uma nova usina a gás natural na cidade de São Paulo, dentro do chamado Parque Térmico Pedreira. Fruto de uma parceria entre o consórcio Siemens/Gasen e a estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), o projeto pode ter até 800 MW e deverá ser instalado em uma área de 120 mil metros quadrados pertencente a Emae. “Estamos trabalhando para definir a configuração final”, comentou o secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Emae, Siemens e Gasen trabalham na modelagem do projeto desde o ano passado, após as empresas e a secretaria estadual de Energia e Mineração terem assinado, em 31 de março, um memorando de entendimentos para o desenvolvimento de projetos de construção, implantação e operação de usinas térmicas na localidade. “É um projeto complexo… Foram analisados minuciosamente detalhes do ponto de vista técnico e ambiental”, afirmou.
Além desta térmica, também está em andamento a elaboração de um projeto similar, na mesma área, numa parceria entre a Emae e a AES Tietê. Mas Meirelles comentou que esta usina está em uma fase anterior evoluirá “um pouco depois”.
Siemens/Gasen e AES Tietê foram selecionadas para desenvolver as usinas térmicas em parceria com a Emae por meio de um processo de chamamento público que teve início em julho de 2015. O secretário salientou que as novas usinas, que podem exigir juntas R$ 6 bilhões em investimentos, são importantes para dar mais segurança energética para São Paulo e são favorecidas pelo fato de que utilizarão infraestrutura existente de dutos de gás e rede de transmissão de energia.
Meirelles defendeu que o gás natural é um energético “de transição” para uma matriz energética “renovável e limpa”, tendo em vista que há pouco potencial hidrelétrico viável ainda a ser explorado e que o desenvolvimento de outras fontes renováveis, como a solar, ainda esbarra em questões como a dificuldade de armazenamento da energia. Além disso, o secretário destacou que os campos de pré-sal são de petróleo associado a gás natural e será necessário desenvolver o consumo deste insumo. “O gás passa a ser importante para o País, tendo em vista tanto a perspectiva de necessidade de térmica, como também o desenvolvimento de novos campos”, disse, lembrando que a Petrobras tem buscado novos investidores para desenvolver alguns de seus campos de pré-sal e seus ativos de gás, enquanto a Agência Nacional de Petróleo (ANP) já anunciou que pretende licitar novas áreas exploratórias este ano.