Governo da Índia suspende plano de abrir setor de varejo

O governo da Índia “suspendeu” o plano de abrir o setor de varejo do país para redes estrangeiras, afirmou hoje Mamata Banerjee, ministro-chefe do Estado de Bengala Ocidental. “O ministro nacional de Finanças, Pranab Mukherjee, me informou que o governo está suspendendo a questão até que um consenso seja alcançado”, comentou em uma entrevista para a televisão.

A medida de permitir que grandes redes varejistas internacionais estabeleçam operações no setor de varejo da Índia, estimado em US$ 470 bilhões, foi a primeira grande reforma anunciada desde que o atual governo iniciou seu segundo mandato, em 2009. A televisão indiana citou fontes do governo afirmando que a coalizão liderada pelo Partido do Congresso, do primeiro-ministro Manmohan Singh, não está desistindo da abertura, mas vai buscar um acordo mais amplo antes de continuar com a medida.

As reformas anunciadas no mês passado geraram críticas de lojistas, grupos empresariais, líderes estaduais influentes e legisladores da oposição e mesmo da coalizão de Sing. O Partido Trinamool, do ministro-chefe da Bengala Ocidental, é o maior parceiro do Partido do Congresso na coalizão de governo. A legenda é contra a entrada de supermercados estrangeiros na Índia, alegando que a medida vai acabar com milhares de pequenas lojas familiares que dominam o mercado varejista e causar demissões.

Segundo Banerjee, uma decisão sobre a questão pode ser anunciada na próxima quarta-feira, quando o Parlamento volta de um recesso. “O Partido do Congresso elogia todos os esforços significativos para acabar com o impasse. Em tal situação, é necessário um amplo consenso”, disse o secretário-geral do partido governista, Janardan Dwivedi.

No fim do mês passado, o gabinete de governo da Índia havia anunciado que concordou em permitir que rede varejistas estrangeiras que trabalham com diversas marcas detenham uma participação de até 51% em joint ventures no país. Antes dessa liberação, varejistas como a rede norte-americana Wal-Mart só podiam estabelecer joint ventures no atacado. As informações são da Dow Jones.

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