Governo cria exigências de governança para estatais

O governo federal determinou às empresas estatais que divulguem na internet, “com acesso fácil e organizado”, suas demonstrações financeiras anuais, entre outras informações, e também estendeu para todas as empresas públicas da União a obrigatoriedade de submeter as demonstrações financeiras anuais à auditoria independente.

As medidas, que procuram garantir transparência na gestão das empresas do governo, constam de resoluções da Comissão Interministerial de Governança e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), composta pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, que a preside, da Fazenda, Joaquim Levy, e do então chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, hoje ministro da Educação. As resoluções formalizam decisão deliberada em reunião no último dia 29 de setembro.

O primeiro ato estabelece para as empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais sociedades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, a obrigatoriedade de divulgar em sítio eletrônico oficial atualizado, com acesso fácil e organizado, informações como lei de criação, estatuto social, código de ética, composição do capital social, composição da diretoria executiva e dos conselhos de administração e fiscal, além de demonstrações financeiras anuais exigíveis das companhias abertas. As demonstrações financeiras e documentos que as acompanham deverão permanecer disponíveis por um período mínimo de cinco anos. Todas as informações devem ter atualização permanente sempre que a situação anterior for modificada.

As empresas públicas deverão ainda manter canal de atendimento para investidores, empregados, fornecedores, clientes, usuários e sociedade em geral, para receber e examinar sugestões, reclamações, elogios e denúncias relativos às atividades da empresa, dando encaminhamento para a solução dos problemas e retorno aos interessados.

A outra resolução impõe a todas as empresas públicas da União “a obrigatoriedade de submissão das demonstrações financeiras anuais à auditoria por auditores independentes”.

Os gestores das estatais terão 180 dias para implementar as determinações quanto à divulgação das informações na internet e canais de atendimento e até um ano para cumprir a exigência relacionada à auditoria independente. A Controladoria-Geral da União (CGU) e os conselhos fiscais das empresas serão os responsáveis pela fiscalização do cumprimento das disposições das resoluções.

Conselhos Fiscais

Os ministros ainda assinaram uma terceira resolução que torna obrigatória a adoção de plano de trabalho anual pelos conselhos fiscais das empresas públicas, que deve conter matérias relacionadas à função fiscalizatória do colegiado, de caráter geral e específico da empresa.

O documento deverá ser aprovado na primeira reunião do conselho fiscal que se realizar após a assembleia geral ordinária, se houver, e poderá ser alterado, ao longo de sua vigência, pela concordância da maioria de seus membros. Nas empresas públicas em que não há na estrutura a assembleia de acionistas, o plano de trabalho será aprovado até o mês de maio de cada ano.

A resolução ainda cria a exigência de uma autoavaliação anual do desempenho do conselho fiscal, levando-se em conta a execução do plano de trabalho. A autoavaliação será realizada até o mês de março do exercício seguinte à aprovação do plano de trabalho.

As três resoluções estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo