Após abandonar a ideia de reduzir o porcentual de álcool na gasolina para regular os preços, o governo continuará monitorando de perto o mercado a fim de avaliar se há necessidade de alguma ação específica. A informação foi dada hoje pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que na próxima quarta-feira discutirá o assunto com o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank.
“Tivemos problemas de clima e isso gerou desequilíbrio no curtíssimo prazo, levando a um aumento de preços”, observou Stephanes. “A primeira ideia foi a de diminuir a mistura, mas isso seria uma medida que poderia trazer outras consequências não muito boas. Então, preferimos manter o acordo com os produtores”, explicou. Segundo o ministro, há um compromisso da Unica de manter o fornecimento do produto a preços razoáveis.
Stephanes explicou ainda que o cenário apresentado para o setor na próxima semana será encaminhado ao Ministério de Minas e Energia, que, em conjunto com o Ministério da Agricultura, decide a respeito de qualquer possibilidade de mudança no porcentual de mistura dos combustíveis. “Em princípio, não há necessidade, mas o presidente Lula nos pediu que resolvêssemos isso (o problema do aumento do preço)”, disse Stephanes. Ele acrescentou que, em nenhum momento, foi citado um porcentual para a redução do álcool anidro na gasolina, atualmente em 25%.
Na avaliação do ministro, a alta nos preços deve ser vista apenas como “um soluço” e não será preciso “internar o paciente”. “Acreditávamos que em 60, 90 dias estaria regularizado.” Uma das formas de regular o mercado, de acordo com Stephanes, seria antecipar a moagem de cana do próximo ano, caso seja necessário. Segundo ele, quase 90 milhões de toneladas de cana não foram moídas no ano passado e poderiam ser processadas agora para aumentar a oferta.
Soja
Em relação à soja, o ministro afirmou que continua a esperar uma produção recorde na safra 2009/2010, acima de 62 milhões de toneladas. “Vamos ter um bom ano, chuvoso. Só não pode chover no momento errado, como aconteceu com o trigo.”