O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou que a China irá retomar a importação das carnes brasileiras, que eram alvo de embargo desde a última segunda (20) devido às fraudes no setor descobertas pela Operação Carne Fraca, conforme antecipado pelo Estado.
O ministério informou em nota assinada pelo ministro Blairo Maggi, que a reabertura ao mercado brasileiro é um atestado categórico da solidez e qualidade do sistema sanitário brasileiro e da vitória da capacidade exportadora do País. “A China nunca fechou o mercado aos nossos produtos, mas apenas tomou medidas preventivas para que tivéssemos a oportunidade de oferecer todas as explicações necessárias e garantir a qualidade da nossa inspeção sanitária”, disse.
Também neste sábado, o ministro da Agricultura do Egito anunciou a retomada da importação de carne brasileira, mas ressaltou que os carregamentos de navios estarão sujeitos a inspeção tanto na saída quanto na chegada do país. Outro país a liberar a entrada dos alimentos hoje foi o Chile, que manteve a restrição apenas aos 21 frigoríficos investigados pela PF.
Segue a breve entrevista de Maggi, concedida com exclusividade ao Estado.
Estado – Ministro, a China reabriu para o Brasil com restrições?
Maggi – A única restrição que vamos ter lá é o SIF 530 (planta da JBS na Lapa, Paraná). E também algumas cargas que foram assinadas por essas pessoas que estão sendo investigadas. São sete fiscais que têm problema, e todas as cargas que eles assinaram estão suspensas. O resto está liberado.
Estado – Chegamos a um ponto de inflexão?
Maggi – Chegamos. Aquela era uma batalha bem importante. Acho que Hong Kong, como é um entreposto, tem muito mercado com China. Se China nos liberou, não tem porque eles nos manterem (suspensos) lá. Foi importante todo o trabalho que foi feito esta semana.
Estado – E agora?
Maggi – Respiro aliviado. Vamos atrás dos mercados que ainda não retomaram. Vamos dar uma atenção especial a todos eles.