A revisão da pesquisa do IBGE que mede a produção da indústria foi comemorada na equipe econômica. Nos bastidores, a avaliação feita por fontes ouvidas pelo ‘Estado’ é de que o resultado final do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 foi, com certeza, superior aos 2,3% inicialmente divulgados. Além de melhorar o quadro para trás, o governo avalia que o efeito do “carry over” para 2014, isto é, o arrasto estatístico também será maior.

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Sem se comprometer com números para evitar uma saia justa em ano eleitoral, os técnicos do governo passaram a defender duas teses, nesta quarta-feira, 07, que devem se consolidar na retórica oficial a partir de agora. Em primeiro lugar, a revisão de 1,2% para 2,3% do avanço da produção industrial no ano passado “comprova a eficiência” das diversas e sucessivas medidas de estímulo concedidas à indústria de transformação pelo governo Dilma Rousseff. Em segundo lugar, os técnicos avaliam que a onda de revisões para baixo para as estimativas do PIB de 2014, no mercado, deve ser estancada.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu, na semana passada, a expectativa de avanço do PIB para o ano, dos 2,5% inseridos no decreto de reprogramação orçamentária divulgado em fevereiro, para 2,3%. Bancos e consultorias privadas preveem taxas ainda menores, chegando a 1,8%. Segundo uma fonte graduada do governo, o quadro mais bem apurado pelo IBGE da indústria brasileira permite “garantir” que o PIB de 2014 terá um crescimento razoável. Ou, como disse a fonte, de “pelo menos 2%”.

Confrontado com essa visão, o economista da Tendências Consultoria, Rafael Bacciotti, afirmou que a mudança metodológica promovida pelo IBGE na pesquisa de produção industrial promoverá, mesmo, alterações no PIB do passado, mas o cenário para 2014 deve continuar semelhante ao previsto anteriormente. “O PIB de 2013 certamente ganha um sinal positivo, mas para este ano continuamos prevendo uma queda na produção industrial na comparação com o ano anterior”, disse Bacciotti, que reduziu de -3,5% para -3,1% sua previsão de queda na produção industrial em 2014.

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Em Brasília, passou a circular nos gabinetes o “ranking” atualizado de ritmo industrial entre os países. Com a nova taxa de 2,3% verificada no ano passado, o avanço das fábricas no Brasil superou o desempenho da África do Sul, de 1,4%, e se distanciou do registrado na Índia (0,6%), na Rússia (0,4%) e do México, que viu retração de 0,7%. O ritmo brasileiro também passou a ficar mais próximo do que foi registrado nos Estados Unidos (2,9%), na Turquia (3%) e no Chile (3,1%).

A China fechou 2013 com avanço de 9,7% da produção industrial. Com os dados atualizados pelo IBGE desde janeiro de 2012, o governo viu com bons olhos o avanço da produção de máquinas e equipamentos no período, que vai a fevereiro de 2014: alta de 25,3%.

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