Em reunião com representantes de bancos estrangeiros ontem à tarde, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, cobrou uma proposta que permita a redução dos custos de financiamento fornecido pelo setor bancário ao setor produtivo. O tema foi alvo de conversa com o diretor-geral do banco Santander para a América Latina, Francisco Luzon, que fez visita de cortesia ao ministro, em Brasília. Segundo Luzon, o banco e o governo devem iniciar em breve reuniões técnicas para elaborar uma proposta que permita reduzir o custo do crédito do Brasil.
“Vamos estudar o projeto com o ministério”, disse Luzon. Segundo ele, ainda não há uma proposta concreta, mas a intenção do banco é colaborar ao máximo com o governo na preparação da proposta. “O sistema financeiro tem de ser uma alavanca fundamental para se ter um crescimento sustentável”, disse.
O executivo espanhol também elogiou o sistema financeiro brasileiro que, segundo ele, “tem bancos grandes e sólidos”, mas cobrou maior competitividade das instituições como forma de ampliar os benefícios aos usuários e consumidores. “Temos de trabalhar para que o cidadão tenha mais serviços e preços menores.”
Inflação
Palocci recebeu ontem, além de Luzon, o presidente do Citigroup, Stanley Fischer. Ambos fizeram visitas de cortesia e negaram que as recentes altas inflação sejam uma preocupação das instituições. Fischer descartou que o fato do Brasil já prever superar as metas deste e do próximo ano, 5,5% e 4,5%, respectivamente, seja negativo para o país.
Luzón disse acreditar que uma taxa entre 6,5% e 7% é um nível provável de ser atingido e que isso não deve ser motivo de preocupação. “Não temos preocupações com a inflação. Está tudo sob controle”, disse o executivo do banco espanhol.
“Estamos revendo para cima as nossas projeções para o crescimento da economia por conta dos resultados das exportações e porque o governo está conduzindo as reformas necessárias para se manter o crescimento sustentado”, disse Fischer. Ele afirmou ainda que o banco está interessado em continuar investindo no país.
Luzon, no entanto, negou que o banco tenha interesse de fazer novos investimentos no Brasil. Segundo ele, a meta agora é crescer dentro da estrutura já existente no país.
“O nosso crédito tem crescido em média 35% ao ano, temos rede suficiente e por isso, pelo menos no curto prazo, não planejamos novas aquisições.”