O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (3) que o governo terá que elevar tributos ou fazer novos cortes de despesas para compensar o reajuste de 4,5% na tabela do Imposto de Renda (IR). Pelo cálculos do ministro, o governo deixará de arrecadar mais de R$ 1,5 bilhão com a medida.
“Nós vamos reajustar a tabela, mas temos que fazer os cálculos. Provavelmente, a renúncia fiscal será de aproximadamente R$ 1,6 bilhão e temos que achar um fonte para essa nova despesa. Então, ou a gente faz um ajuste em algum tributo ou fazemos nova redução de despesa”, disse Mantega, em entrevista coletiva para comentar a expansão do PIB em 2010.
Mantega enfatizou que, independentemente do reajuste da tabela, o governo não irá abrir mão do corte de R$ 50 bilhões nas despesas.
Investimento será 12% maior
O ministro da Fazenda também destacou que o crescimento da poupança foi maior que o dos investimentos em 2010, o que garante uma trajetória positiva para a economia brasileira. Segundo ele, a poupança em 2011 crescerá mais que no ano passado. Mantega projetou ainda um crescimento de 12% dos investimentos neste ano. O ministro participa hoje de entrevista coletiva sobre os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que avançou 7,5% no ano passado.
Ele disse ainda que acredita que haverá um recuo das despesas do governo em 2011. Mantega afirmou que a economia brasileira não está superaquecida, apesar do crescimento que houve ao longo de 2010. Segundo ele, a economia gira em torno de um crescimento de 4,5% a 5% neste momento.
O ministro da Fazenda disse que o PIB brasileiro já superou o da França e do Reino Unido pelo conceito de Preço, Paridade e Poder de Compra (PPP). Mantega disse que os dados são preliminares, calculados pelo governo brasileiro. Com isso, o Brasil teria o sétimo maior PIB mundial por este conceito.