A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta terça-feira, 19, que começou conversas com o ministro da Agricultura da China, Han Chang, para se chegar a acordos de tarifas especiais. Ela explicou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) permite essas tarifas entre países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil e da China. “Escolhemos uma lista de produtos que nos convém e eles fazem o mesmo. Com essa lista de interesses, começamos a negociar”, disse.

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“É um caminho importante, mas tanto eles quanto nós temos de conversar com outras áreas do governo para fechar alguma coisa, como o Ministério do Desenvolvimento”, explicou. Entre os produtos que seriam de interesse brasileiro estariam os lácteos. “Só exportamos 1% de tudo que produzimos em leite em pó. Temos produção muito forte, que cresce a 5% ao ano e um consumo que avança a 3%. Temos de procurar mercados”, afirmou.

Transgênicos

A ministra da Agricultura afirmou também que os chineses querem produzir alimentos transgênicos no Brasil. Segundo a ministra, não se chegou a um acordo. Ela lembrou, no entanto, que dois laboratórios, um chinês no Brasil e um brasileiro na China, já fazem pesquisas nessa área. “Disse a eles que a única forma de dissipar o medo em relação a produtos é pesquisar juntos. Nós que temos a responsabilidade de alimentar o nosso País e o resto do mundo precisamos de qualidade e baixo custo”, disse. “Nós compramos transgênicos de várias partes do mundo e não temos objeção em fazer negócio com a China”, afirmou.

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Reunião da OIE

Kátia Abreu disse também que irá para a reunião da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), entre 22 e 29 de maio, em Paris. Lá, ela terá uma agenda intensa com o objetivo de ampliar a exportação de carne suína brasileira para a Europa. Entre outros assuntos, ela pretende falar com autoridades dos países envolvidos no organismo sobre a Rodada Doha, além de ter conversas com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. “Temos agenda intensa para implementar mercado. Temos um sonho de melhorar e abrir o mercado de carne suína para a Europa”, afirmou a ministra.

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Carne bovina

Sobre exportações de carne, a ministra disse que a promessa do governo chinês é de que entre a primeira e a segunda semana de junho nove plantas de aves e suínos consigam autorização para vender carne bovina para a China. Em junho, haverá uma visita do Ministério da Agricultura chinês e também da Administração de Inspeção de Qualidade e Quarentena do país. “Nós já temos nove plantas que foram fiscalizadas e só falta documentação. Dessas, sete são de aves, e duas, de suínos. Eles afirmaram que ou na minha ida à China ou na vinda deles será anunciado essas plantas novas”, afirmou a Kátia Abreu.