As exportações brasileiras de carne para a Argentina estão liberadas. A partir da zero hora de hoje, o Brasil já pode retomar o comércio do produto com aquele mercado, anunciou ontem o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maçao Tadano. Segundo ele, o governo argentino aceitou as informações apresentadas pelo Mapa sobre a condição sanitária do rebanho nacional e suspendeu o embargo decretado na semana passada em razão do foco de febre aftosa registrado no município de Monte Alegre, no Pará.
?A partir deste sábado, as exportações de carne brasileira para a Argentina voltam à normalidade?, destacou Tadano. A decisão foi comunicada ao Mapa pela Secretaria de Agricultura argentina e pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa). Nesta semana, o ministério enviou uma missão àquele país para prestar esclarecimentos às autoridades da área de sanidade animal. Com isso, acabam as restrições do mercado externo ao produto nacional, já que a Rússia também suspendeu nesta semana o embargo imposto por causa do foco da doença no Pará.
Para o secretário de Defesa Agropecuária, a decisão da Argentina não provocará problemas nas relações comerciais com o Brasil. O governo argentino, avaliou, tomou uma medida preventiva de caráter técnico. De acordo com ele, o caso não deve trazer prejuízos à imagem da qualidade e sanidade do rebanho brasileiro. Ao contrário. A retomada das importações pelos argentinos, ressaltou Tadano, demonstra justamente a confiança daquele mercado no programa desenvolvido pelo Brasil para erradicar a febre aftosa.
A decisão da Argentina não teve impacto significativo na pauta de exportações brasileiras, assinalou o secretário. ?O prejuízo foi muito pequeno em termos de valores e quantidade?, disse Tadano. Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações de carne suína do Brasil para o mercado argentino alcançaram US$ 18,5 milhões (13,5 mil toneladas), com um aumento de 12,27% em valores em relação ao mesmo período de 2003. Já as vendas de frango foram de US$ 996 mil (555 mil toneladas), enquanto que as de carne bovina somaram US$ 130 mil (176 toneladas).
Mato Grosso
Tadano informou ainda que o ministro Roberto Rodrigues definiu com os governos de Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul a criação de um grupo de trabalho para preparar as informações adicionais que serão enviadas à Rússia sobre a condição sanitária daquela região. Embora tenha suspendido o embargo ao Brasil, os russos proibiram as importações de Mato Grosso porque o estado faz divisa com o Pará, que também não pode negociar carne com aquele mercado.
Nas próximas semanas, o Mapa e os governos de MT e do MS vão enviar a Moscou uma missão – formada por representantes dos setores público e privado – para apresentar ao governo russo novas informações sobre a situação sanitária do rebanho mato-grossense. O Brasil espera que a Rússia suspenda o embargo à carne de Mato Grosso antes do prazo de 12 meses previsto no acordo sanitário assinado pelos dois países há três anos.