O governo deve aprovar em breve a renovação antecipada dos contratos de dois arrendamentos no Porto de Santos, disse o ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Antonio Henrique Silveira. Segundo ele, está em fase final a análise dos pedidos para os terminais da Ageo e da Copape Terminais e Armazéns, ambos no Porto de Santos.

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“Estamos em tratativas com os interessados exatamente para fazer os ajustes finais das propostas, de forma que elas fiquem robustas. Acreditamos que, em um prazo relativamente curto, tudo será equacionado e o aditivo poderá ser assinado”, afirmou.

A aprovação para os dois primeiros pedidos foi recomendada à SEP pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). De acordo com o diretor-geral do órgão regulador, Mário Povia, outras seis propostas devem ser liberadas até o fim de junho. Em seguida, elas seguem para análise da secretaria.

A renovação antecipada dos contratos é uma tentativa do governo para destravar investimentos na área portuária. Desde o lançamento do programa, em dezembro de 2012, nenhum arrendamento foi concedido à iniciativa privada. Os estudos para a concessão de áreas nos Portos de Santos e no Pará estão parados no Tribunal de Contas da União (TCU).

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Reunião

Para evitar que essa iniciativa também atrase, o governo se preveniu. De acordo com Silveira, as conversas com o TCU sobre a renovação antecipada dos arrendamentos já começaram. “Isso está andando de forma bastante adequada, inclusive já tivemos reunião com o TCU e expusemos as nossas prioridades.”

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Cerca de 20 contratos estão em análise e podem ser prorrogados antecipadamente. São concessões mais recentes, posteriores a 1993, data da legislação portuária vigente antes do novo marco, aprovado no ano passado.

Já a concessão dos arrendamentos mais antigos, anteriores a 1993, permanece paralisada. Silveira defendeu o governo das críticas de atraso e disse a liberação cabe ao TCU.

Rigidez

Segundo ele, as observações feitas pelo tribunal a respeito dos estudos foram respondidas na segunda quinzena de março. O ministro criticou a rigidez do órgão em relação ao processo. “Se o assunto já tivesse sido deliberado pelo TCU em abril, já teríamos isso resolvido”, afirmou.

“Pela primeira vez em minha experiência de interação com o TCU, foram feitas 19 determinações”, afirmou, qualificando a experiência como “extrema”.

Os estudos foram relatados pela ministra Ana Arraes, mãe do pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos. Nos bastidores, a avaliação é que a discussão foi politizada, pois o marco retira dos Estados a prerrogativa de leiloar áreas, transferindo-a para a União. Assim, o governo pernambucano perderia o direito de comandar o Porto de Suape, por exemplo.