Rio de Janeiro e Brasília – A turbulência enfrentada pela Vasp causou à empresa perda de mercado para sua principal concorrente – Gol – em setembro. Greve, retirada de aviões de circulação e insegurança dos passageiros após incidentes fizeram a empresa cair de uma participação de 9,9%, em agosto, para 8,6% no mês passado.
Segundo dados divulgados pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), a Vasp perdeu também ocupação de seus aviões, que saíram em setembro com apenas 59% dos assentos preenchidos, significando perda de produtividade para a companhia que já enfrenta grave crise financeira. Já a participação da Gol subiu de 20,3% para 22%, e a ocupação das aeronaves da empresa subiu acima da média do mercado – de 64% em setembro – e fechou o mês com 68% de assentos ocupados.
O mercado doméstico cresceu 12,8% em setembro, com o transporte de 2,264 milhões de passageiros. A TAM continua líder, com 35,6%, seguida pela Varig, com 31,6% de participação de mercado. No ano, o transporte de passageiros dentro do Brasil acumula 11,5% de alta, enquanto os vôos internacionais subiram 7%.
Concessão
A pedido do Ministério da Defesa, o governo prorrogou até 10 de abril de 2005 o prazo de concessão da Vasp. A empresa terá de assinar um novo contrato de concessão naquela data, quando será obrigada a comprovar sua regularidade fiscal, tributária, previdenciária, jurídica, técnica e econômico-financeira. Até lá, poderá continuar explorando o serviço de transporte aéreo. O prazo anterior terminaria amanhã.
Em nota à imprensa, o Ministério da Defesa comunicou que enviou à Presidência da República o pedido de prorrogação em razão da apresentação pela Vasp de um Plano Estratégico de Gestão, em que constam objetivos e estratégias da empresa para regularizar a situação, entre eles, o ajuste de novos horários de transporte e a proposta de renovação da frota.
O decreto do governo, publicado ontem no Diário Oficial da União, prevê que a prorrogação somente poderá ser efetivada “após a devida verificação, pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), da estrita observância das normas de segurança da aviação civil, bem como a adequada prestação dos serviços”. Na última terça-feira, a Vasp teve sua falência pedida pela General Electric, empresa que prestava serviços de manutenção à companhia de aviação.
