O superintendente da Bovespa, Gilberto Mifano, estimou em mais de 12 mil o número de investidores pessoas físicas que participaram do lançamento de ações preferenciais da Gol, terceira maior companhia aérea do País, que começaram ontem a ser listadas nos pregões de São Paulo e de Nova York. Esse número é quase o triplo do total (4.800) de pequenos investidores que viraram acionistas da Natura Cosméticos na oferta pública realizada no final do mês passado.
A Gol pretende, em três anos, elevar o total de ações em poder do mercado (“free float”) dos atuais 17,6% para 25%. Isso será feito por meio de uma nova oferta primária (aumento de capital).
Sino
A empresa lançou 33,050 milhões de ações PN a um preço inicial de R$ 26,57. Desse total, foram distribuídos 18,750 milhões de papéis novos (oferta primária) e 14,3 milhões em ações já existentes, pertencentes a acionistas. Com isso, captou cerca de US$ 284 milhões.
Os recursos vão ser usados para a compra de aeronaves. Os investidores brasileiros ficaram com 28% da oferta total, acima do percentual inicialmente previsto. Em 30 dias, o coordenador da oferta global (banco americano Morgan Stanley) poderá comprar mais 4,957 milhões de ações.
A empresa aérea é a segunda companhia a abrir capital no pregão neste ano. Hoje, é a vez da ALL (América Latina Logística) de estrear na Bovespa.
Mifano prevê que mais cinco empresas devem lançar ações no pregão até o início de 2005. Ele evitou revelar os nomes, mas citou os setores (energético, varejista, financeiro e mecânico) em que atuam.
Já admitiram interesse em abrir capital companhias como o Banco Santos, Nossa Caixa, Caixa Econômica Federal, CPFL (distribuidora de energia de São Paulo), Magazine Luiza e Troller Veículos Especiais.
Também cogitam captar recursos com a venda de ações a concorrente da Natura, a Pierre Alexander, e Zoomp, Microsiga e Eliane Revestimentos Cerâmicos.