A companhia aérea Gol está na mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nos próximos dias, a autarquia decide se abre ou não inquérito para apurar falha da empresa na divulgação ao mercado das negociações em torno da compra da Varig em março do ano passado.

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O gerente de Acompanhamento de Empresas da CVM, Jorge Andrade, explica que a Gol ainda pode ser alvo de outro inquérito na autarquia porque a companhia só atualizou seu documento de Informações Anuais (IAN) esta semana, após a CVM ter exigido esclarecimentos sobre o aumento de participação do grupo controlador em novembro de 2007. Na época, o fundo Asas – que detém 100% das ações ordinárias – elevou sua fatia em papéis preferenciais da Gol de 34,97% para 35,93%.

Pelas regras brasileiras, qualquer mudança na distribuição acionária de um investidor com mais de 5% de ações deve ser informada ao mercado. A atualização do IAN deve ser feita 10 dias após a operação.

Andrade destaca, porém, que a questão mais grave se refere à falta de divulgação de informações no processo de compra da Varig. A notícia de que a Gol negociava a compra da outra companhia aérea circulou durante todo o mês de março de 2007 na imprensa e a empresa só divulgou fato relevante após consulta da CVM.

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No documento encaminhado no dia 27 de março, a empresa informava que sempre considerava oportunidades de aquisição, mas que não havia tomado nenhuma decisão. Entretanto, no dia seguinte, anunciou a compra da Varig.

Até o momento, a CVM já abriu processo para apurar a falta de informação na venda da companhia área. Mas, o caso ainda pode se transformar em inquérito e acabar sendo julgado pelo colegiado da autarquia. Para evitar isso, o diretor de Relações com Investidores da Gol, Richard Lark, propôs dois termos de compromisso para arquivar o processo. Ambos foram rejeitados pela CVM.

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