As constantes reclamações dos maringaenses e da população do noroeste do Estado sobre a escassez de vôos para a região podem estar próximas de diminuir, ao menos em relação a um trajeto.
De acordo com o superintendente do Aeroporto Silvio Name Júnior, de Maringá, Waldemar Moura Júnior, está prevista para setembro a inclusão de linhas diretas para a cidade de São Paulo, sem escala em Curitiba. Até o final do ano, ainda, uma linha de carga para Miami, nos Estados Unidos, deverá começar a operar.
Os problemas de vôos em Maringá tornaram-se maiores depois que a empresa TAM deixou de atender a cidade, em março deste ano. Segundo Júnior, a saída da TAM aconteceu em um momento bom da região, e acabou quebrando um ritmo de crescimento da demanda.
Na época, a média de embarques no aeroporto era de mais de 11 mil passageiros por mês, com picos de mais de 13 mil. Já as parciais de agosto mostram que o movimento é bem menor: na primeira quinzena, 3,7 mil passageiros embarcaram.
Atualmente, os vôos entre São Paulo e Maringá passam por uma escala em Curitiba, o que acaba causando uma procura muito maior que a oferta, já que os passageiros para as duas capitais acabam ocupando a mesma aeronave.
“Temos uma demanda reprimida aqui, desde a saída da TAM. E não só para Curitiba e São Paulo, mas também para Brasília e Porto Alegre, por exemplo. Inclusive já mostramos isso para as empresas aéreas”, diz Júnior.
O superintendente detalha que as linhas diretas para São Paulo deverão ser operadas pelas empresas Gol – para o Aeroporto de Congonhas – e Trip -para Guarulhos. A informação não foi confirmada nem negada pelas empresas. Júnior diz, ainda, que outra empresa deverá fazer três vôos diários com aeronaves menores, para o Campo de Marte, aeroporto de menor porte também em São Paulo. Quanto à linha de carga para Miami, ele informa que depende apenas de alguns detalhes. “Falta só finalizar a adaptação do terminal de carga e a Receita Federal liberar a documentação para a alfândega”, explica.
Preços
A escassez de linhas aéreas em Maringá é reclamação freqüente também de empresários da região. O vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá, Paulo Meneguetti, a grade atual de vôos é “insuficiente”. Ele também considera o cumprimento de horários irregular, e que o fato de não haver grandes concorrentes para a Gol causou uma grande elevação no valor das tarifas.
“O valor é fora da média de outras cidades. Em Londrina, é metade do preço. Isso inviabiliza a vinda de empresários de outros centros e prejudica muito o nosso comércio”, diz.
A Associação Brasileira de Agências de Viagem do Paraná (Abav-PR) confirma o aumento nos preços. Para Celso Tesser, vice-presidente da entidade, antes da saída da TAM, uma passagem de ida e volta para Curitiba saía por R$ 179.
“Hoje paga-se R$ 209 só de ida”, conta. Segundo ele, como a Gol ficou praticamente sozinha na região – os aviões da Trip não levam muitos passageiros – a empresa pode “cobrar a tarifa que quer.”
Segundo a TAM, a sua saída de Maringá se deveu a uma “adequação na estratégia de negócios na região Sul.” Vôos para Caxias do Sul (RS) também foram retirados na ocasião. A empresa ressalta que manteve seus escritórios na cidade, e que o serviço de encomendas continua operando. Também contatada, a Gol não deu nenhuma resposta.