São Paulo (AE) – Depois de sete anos no prejuízo, a General Motors do Brasil deverá fechar 2006 no azul. Não será um resultado expressivo, mas mostra uma tendência positiva para a empresa, segundo o vice-presidente da montadora, José Carlos Pinheiro Neto. Apesar de não revelar números, o executivo explica que a melhora no balanço é resultado de um forte trabalho de redução de custos iniciado há alguns anos. ?Tivemos que reduzir os custos para enfrentar a enorme competição do setor tanto no mercado interno quanto nas exportações?, afirmou. Há quatro anos havia apenas quatro montadoras instaladas no Brasil e atualmente são 17.
Os resultados negativos da empresa, no entanto, se devem a diversas razões. O câmbio extremamente desfavorável à exportação é um deles, segundo Pinheiro Neto. ?Nenhuma exportação atualmente é vantajosa. Independentemente do modelo, o resultado é negativo?, justificou.
A baixa rentabilidade da operação é um dos motivos que levaram a empresa a decidir não exportar o seu recém-lançado modelo, Prisma, desenvolvido inteiramente no Brasil. ?Chegamos a apresentar desenhos do modelo fora do país, mas com o dólar a R$ 2,20 a operação fica inviabilizada?, informou.
A previsão da montadora é de obter neste ano uma receita de US$ 1,6 bilhão com exportação, mesma cifra alcançada no ano passado. O volume, no entanto, deverá cair entre 25% e 30%, ante as 208 mil unidades vendidas ao mercado externo em 2005. ?Elevamos o preço dos produtos em 30% em média, para compensar o câmbio e a conseqüência disso foi a redução das vendas em volume?, afirmou.
Segundo o vice-presidente da GM no Brasil, a expectativa é de que o volume se mantenha estável em 2007, quando o mercado financeiro prevê câmbio no patamar de R$ 2,40. Para Pinheiro Neto, a exportação só volta a ser interessante para a empresa a partir de um dólar a R$ 2,70. Segundo ele, com a moeda a R$ 2,60 já conseguiria empatar seu resultado.
O executivo fez questão de frisar, no entanto, que o fechamento de fábricas não faz parte da estratégia de recuperação da empresa.
A expectativa é de que a empresa feche 2006 com cerca de 400 mil unidades vendidas, o que representa um crescimento de 14%, patamar registrado no acumulado entre janeiro e setembro deste ano.