Líder em vendas no Brasil há dois anos, a General Motors vai aumentar a capacidade produtiva da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, de 250 mil para 330 mil veículos ao ano. As obras para ampliação e modernização da linha de montagem, com investimentos de R$ 1,2 bilhão, serão concluídas em 2019.

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A montadora é uma das poucas a anunciar aportes em ampliação de capacidade. Nos últimos três anos, período em que o setor automobilístico operou com até 50% de ociosidade em razão da crise nas vendas, os investimentos foram focados em produtos e modernização.

“Registramos crescimento muito forte nas nossas vendas em 2017 (de 14% em relação a 2016) e este ano esperamos outro aumento significativo, acima de 20%”, diz o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga.

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Hoje, a fábrica do ABC ainda opera abaixo de sua capacidade, mas, com a chegada de novos produtos também previstos no investimento, precisará dessa capacidade maior. A filial do grupo em Gravataí (RS), opera praticamente com capacidade plena na produção dos modelos Onix – o mais vendido no País – e Prisma. Em São Caetano são feitos Cobalt, Montana, Spin e uma versão do Onix.

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Inovação

Em evento ontem que contou com a participação do governador Geraldo Alckmin e do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), Marcos Jorge de Lima, a GM mostrou as obras de ampliação da fábrica que, segundo Zarlenga, vão incorporar novas tecnologias da chamada indústria 4.0, como prensas de última geração, solda a laser e novo transportador de veículos.

Para realização das obras, a produção foi suspensa e todos os funcionários da linha de montagem entraram em férias coletivas por um mês. Somando o pessoal administrativo, a unidade emprega 9,2 mil pessoas.

O investimento, bancado pela própria empresa e sua matriz americana, faz parte de um programa de R$ 13 bilhões previstos para o período de 2014 a 2020. “Já vamos começar a trabalhar em um novo ciclo de investimentos”, avisa o presidente da GM. Para isso, o executivo espera que “em breve” seja anunciado o Rota 2030, novo regime automotivo substituto do Inovar-Auto, que vigorou nos últimos cinco anos e terminou em dezembro.

“Nossa indústria trabalha no longo prazo, e é importante ter essa ferramenta para continuarmos investindo num ambiente de previsibilidade”, diz Zarlenga. “Estamos começando um novo ciclo de crescimento e a previsibilidade (das regras) que o Rota trará é fundamental”.

As regras do novo regime, que deverão prevalecer por 15 anos, estão praticamente prontas, mas ainda há divergências com o Ministério da Fazenda. A principal delas é como será a compensação do incentivo de R$ 1,5 bilhão ao ano para as empresas investirem em pesquisa e desenvolvimento.

O ministro Jorge Lima afirma que o Rota deve ser anunciado até o fim do mês, “conforme estabelecido pelo presidente (Michel Temer)”. O mesmo vale para o anúncio da redução de IPI para carros elétricos e híbridos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.