O presidente da General Motors (GM) no Brasil e na América Latina, Jaime Ardila, afirmou nesta quarta-feira (3) que a montadora manterá o nível de emprego nas fábricas instaladas no País. A manutenção dos trabalhadores será possível, segundo Ardila, pela relativa estabilidade da economia brasileira. “As decisões de emprego que tomamos no Brasil dependem totalmente do mercado brasileiro, não do que acontece na Europa ou nos Estados Unidos”, disse o presidente da GM, após evento na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista. “A situação no Brasil está boa, muito melhor do que esperávamos. E muito melhor do que a de outros países. Por enquanto, vamos manter os níveis de emprego atuais”.
Ardila admitiu, porém, que a maioria dos contratos temporários não será renovada. Os contratos de trabalho com validade de um ano de 1.633 funcionários da unidade de São Caetano do Sul começaram a vencer no final de fevereiro e devem ser encerrados até o final de abril. Os temporários haviam sido admitidos em abril de 2008 para atuar no terceiro turno, em decorrência do “boom” nas vendas de veículos novos no Brasil. Ardila não quis precisar o número de temporários já dispensados. “Renovamos só os contratos das pessoas de que precisamos. É uma decisão que tomamos quase todos os dias, na medida em que expiram os contratos.”
O presidente da GM no Brasil reconheceu a contribuição da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, feita pelo governo federal, para segurar a queda nas vendas de automóveis. “O estímulo às vendas como consequência da redução do IPI ajudou muito no curto prazo”, afirmou. No entanto, ele ponderou que apenas a redução da taxa básica de juros, a Selic, traria tranquilidade ao mercado. “A redução do IPI é temporária. Eu preferiria ver uma atitude muito agressiva para reduzir os juros e melhorar as condições de financiamento.” Ardila avaliou como positiva a possibilidade de o governo prorrogar a redução do imposto. Entretanto, disse não contar com a continuidade desse benefício.