O Tesouro resolveu voltar ao mercado internacional com a emissão de um novo papel de 30 anos, o Global 2045. O último lançamento de um papel de longo prazo com esse vencimento foi em setembro de 2009, quando o Tesouro Nacional emitiu pela primeira vez o Global 2041. Já a última emissão externa de um papel com esse prazo foi em novembro de 2011, com a reabertura do Global 2041.
Na operação desta quarta-feira, 23, de venda do Global 2045, o Tesouro vai aceitar a recompra de oito tipos de papel que já foram emitidos e estão no mercado. Com a troca, segundo fontes, a expectativa é conseguir um volume maior de vendas na largada. Esse volume maior é mais interessante para os investidores, que têm um papel mais líquido no mercado secundário, e também para o Tesouro Nacional, que poderá conseguir uma taxa de juros mais baixa na captação desta quarta-feira, 23.
A expectativa é de que com a emissão do Global 2045 se consiga o volume de venda de benchmark em torno de US$ 2 bilhões, podendo ser maior. A demanda (apetite dos investidores) pelo papel de 30 anos está alta no mercado já faz algum tempo, e mesmo antes da Copa já havia expectativa da volta do Tesouro ao mercado internacional.
Além de servir como referência de taxa para emissões de longo prazo de empresas brasileiras no exterior, a captação de hoje permite o alongamento da dívida brasileira e, para o governo, é uma demonstração da capacidade do País de financiamento com prazos mais longos.
Bancos
Os bancos envolvidos na captação do Global 2045 são o Itaú Unibanco, Deutsche Bank e o Bank of America, conforme apurou o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. Trata-se da segunda captação externa do Tesouro em 2014 e o primeiro lançamento de um novo papel de 30 anos desde 2009.