A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, uma das idealizadoras da Medida Provisória 595, que altera as regras de exploração de portos no Brasil, reagiu à ameaça de greve dos trabalhadores do setor, prometida para depois do dia 19, sob a alegação que a MP afeta direitos dos trabalhadores. “Não tiramos nenhum direito dos trabalhadores. Todos os direitos e benefícios deles estão preservados na nova legislação”, disse a ministra Gleisi ao Grupo Estado, após acrescentar que o governo está aberto para discussão com todas as categorias e a melhorias no documento por emendas do Congresso. Mas ressalvou que o governo não quer mudar a “essência” do texto.

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Gleisi advertiu que, se for deflagrado uma greve que paralise os portos e prejudique o País, “vamos atuar como fizemos em outras greves”, sem dizer que medidas poderiam ser adotadas. Em greves anteriores, o governo chegou a substituir os grevistas por funcionários públicos de outras áreas para que os serviços considerados essenciais não fossem afetados. Uma paralisação nas atividades portuárias poderia render bilhões em prejuízo ao País.

“Não cabe reserva de mercado no sistema portuário”, defendeu a ministra Gleisi, ao lembrar que o Brasil é um país de dimensões continentais, com novas fronteiras agrícolas e que é preciso que exista um sistema de escoamento da produção que leve em conta o tamanho. “Temos uma demanda reprimida que precisa ser atendida”, declarou a ministra, avisando que “tem mercado para todos”.

Gleisi não quis polemizar com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, que está liderando a mobilização pela paralisação dos portos. “Não politizaremos a questão”, declarou a ministra, afirmando que “o objetivo número um do governo com a MP é dar competitividade ao sistema portuário e reduzir o custo Brasil”.

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Os portos representam atualmente um enorme gargalo para o crescimento da economia do País. Com o pacote de portos anunciado em dezembro, o governo espera atrair R$ 54,2 bilhões em investimentos privados até 2017, sendo R$ 31 bilhões entre 2013 e 2015.