O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) entrou oficialmente pela primeira vez na discussão sobre a chegada de grandes plataformas digitais no setor financeiro, um assunto que vem ganhando cada vez mais espaço na comunidade internacional bancária.

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“As chamadas ‘gigantes de tecnologia’ são grandes. Elas já contam com a infraestrutura de tecnologia de informação necessária, habilidades analíticas, recursos financeiros e uma base de clientes estabelecida para corroer a participação de mercado dos bancos”, trouxe o Relatório Econômico Anual, divulgado no domingo, 24, pela instituição.

O documento não cita nomes e marcas, mas está claramente referindo-se a gigantes do setor de tecnologia, como Google, Apple e Facebook, por exemplo, que já mostraram interesse no setor. “Embora existam muitos benefícios dos avanços tecnológicos, incluindo serviços financeiros mais eficientes, eles também significam ameaças potenciais ao atual sistema monetário e financeiro”, avaliou o diretor-geral do BIS, Agustín Carstens, em discurso feito no domingo na Basileia.

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O número 1 do BIS salientou ser essencial considerar as rápidas mudanças que os avanços tecnológicos trouxeram nos serviços financeiros. “É um grupo que não inclui apenas fintechs (startups de serviços financeiros), mas, talvez mais importante, as grandes empresas de tecnologia. Estas poderiam corroer as avaliações dos operadores históricos e representar ameaças existenciais. Estamos vendo os primeiros sinais, mas podemos estar no limiar de um novo paradigma”, alertou.

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Menor custo

No relatório, a análise é de que as inovações permitem que os bancos explorem melhor as economias de escala e reduzam custos. Por outro lado, ele enfatizou que as expectativas dos clientes estão mudando – e com elas, a natureza dos concorrentes dos bancos.

“O varejo, em especial, pede cada vez mais uma ‘experiência perfeita para o cliente'”, trouxe o documento.

O BIS avaliou que a mudança para as plataformas de internet com múltiplas finalidades convida novos concorrentes para o setor.

Para o banco central dos bancos centrais, a chegada de grandes concorrentes tecnológicos pode exigir cooperação entre reguladores de diferentes áreas e países para preservar condições equitativas (“mesmo risco, mesma regulamentação”), sem restringir a inovação tecnológica. Um exemplo é a simetria de restrições à acumulação, uso e compartilhamento de dados de clientes para bancos e não bancos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.