A americana Kimco, a maior empresa de shoppings de vizinhança (de menor porte e a céu aberto) do mundo, acaba de desembarcar no Brasil. É o nono grupo estrangeiro a apostar em shoppings no País. A Kimco chega pelas mãos da brasileira REP, empresa dos grupos Lindencorp e PDG Realty. Juntas, elas pretendem investir inicialmente US$ 150 milhões, dinheiro que dá para erguer até oito empreendimentos de pequeno e médio portes. "A Kimco quer repetir aqui a experiência dos Estados Unidos e do México. Ela não quer brigar com grandes shoppings, porque esse já é um mercado muito concorrido", diz o diretor-financeiro da REP, Eduardo Teixeira.
A Kimco é uma gigante que vale cerca de US$ 10 bilhões na Bolsa, o que a coloca entre as dez maiores do mundo em valor de mercado. Em área, ela é 36 vezes maior que a BR Malls, a líder do setor de shoppings no Brasil. A empresa cresceu muito graças a uma parceria bem sucedida com a Wal-Mart – a maior rede de varejo do mundo é âncora em boa parte dos seus quase mil shoppings em operação atualmente.
No Brasil, os empreendimentos sofrerão algumas adaptações. Serão um pouco maiores e mais urbanos. Terão perfil semelhante ao do Shopping Valinhos, inaugurado pela REP na cidade de mesmo nome (interior de São Paulo) em julho deste ano. Quando a segunda fase for entregue, ele terá 10,7 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) e cerca de 100 lojas. O Shopping Morumbi, por exemplo, é cinco vezes maior. "A estratégia faz sentido. Nos EUA, a grande maioria dos shoppings desse tipo são feitos para ir de carro e estão afastados dos grandes centros. Mas no Brasil o caminho é outro", aposta Claudio Guaranis, principal executivo da CG Malls, empresa de consultoria e administração de shoppings.