Antes aliado e conselheiro do governo Dilma Rousseff (PT), o empresário Jorge Gerdau Johannpeter se mostrou, nesta segunda-feira, 6. segundo suas próprias palavras, “emocionado e até irritado” com a condução da política econômica, ao participar de evento de entidades patronais e sindicais em defesa da indústria de transformação.

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Gerdau adotou os pontos do discurso da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que lidera o movimento, e das outras entidades que participam do ato. Condenou a cumulatividade de impostos, com 10% a 15% de tributos “escondidos” ao longo da cadeia produtiva, câmbio não competitivo sustentado por uma “política artificial”, e juros “lá em cima”. Para esse último fator, Gerdau responsabilizou a captação do governo com “gastos mal feitos”.

Apesar das críticas, Gerdau não citou o nome da presidente Dilma e fez uma ressalva de que é preciso pressionar todas as esferas de governo – federal, estaduais e municipais -, além do Congresso Nacional. “Só esse conjunto pode fazer com que alcancemos uma situação competitiva para nossas atividades industriais”, afirmou.

Gerdau pediu exoneração da presidência da Câmara de Gestão do governo Dilma no fim do ano passado. Criada em 2011 por Dilma, a câmara tem como objetivo melhorar a gestão pública, adaptando métodos de eficiência da iniciativa privada.

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Antes da fala de Gerdau, líderes sindicais fizeram discursos acalorados, pedindo a participação da plateia, que em alguns momentos os interrompia com gritos como: “Se o juro não baixar, o Brasil vai parar”. “Acabar com a indústria brasileira é acabar com o emprego também”, afirmou o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira.

A presidente Dilma não foi citada nominalmente por nenhum dos interlocutores, em seus discursos. Apenas alguns membros da plateia de forma isolada gritaram “Fora Dilma”.

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No início de sua fala, Gerdau foi interrompido por um homem que gritou “vamos para rua” e o empresário concordou: “Isso, vamos para rua”.

O evento começou e foi encerrado ao som do hino nacional e no fim os membros da mesa deram os braços para demonstrar união. “Brasil unido jamais será vencido”, bradaram.