A Gerdau reiterou hoje que não pretende aumentar o preço do aço longo até o final do ano, ao contrário da Usiminas e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que já elevaram os preços do aço plano para o setor de distribuição em cerca de 10% neste mês. “Preço é mercado. Os fabricantes de aços planos viram espaço para alta na distribuição, mas nós ainda não vimos”, disse o presidente da companhia, André Gerdau Johannpeter, que participa hoje do 6º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Mesmo assim, ele afirmou que o mercado está melhorando a cada mês desde o primeiro trimestre. “Estamos cada vez mais otimistas”, disse. De acordo com ele, os incentivos do governo ao setor de construção civil estão gerando uma demanda maior dos consumidores a financiamentos para habitação, o que deve se refletir nas vendas da empresa, que é voltada prioritariamente para este mercado.
Questionado sobre as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ameaçou ontem retirar as alíquotas de importação do aço, retomadas em junho, o executivo disse que não há razão para isso porque o mercado está bem abastecido com a produção interna. “Não tem motivo para isso”, disse. Ele ressaltou que ainda não se sabe se o governo tomará essa medida.
Em relação ao mercado norte-americano, onde a Gerdau concentra quase metade das suas atividades, a expectativa também é positiva. “A situação dos Estados Unidos é mais estável e não se vê mais queda nas vendas”, afirmou. Segundo o executivo, o mercado automotivo está reagindo bem e a Gerdau está reativando parte da produção no país. Ele não quis revelar qual é o uso atual de capacidade na região, mas disse que a empresa opera com 60% a 70% da sua capacidade em média no mundo.