As despesas de custeio do governo federal tiveram crescimento de R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2009. Somando-se aos gastos de pessoal e Previdência a alta foi de R$ 30,8 bilhões em relação a igual período de 2008. Segundo o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o custeio cresceu 23,5% nos três primeiros meses deste ano, atingindo R$ 16,8 bilhões, comparado com R$ 13,6 bilhões em igual período do ano passado.
“Foi R$ 1 bilhão a mais por mês do primeiro trimestre”, comentou Almeida, acrescentando que o custeio era um dos itens em que o desempenho fiscal do governo Lula foi relativamente austero, especialmente em 2008. Esse aumento de custeio, para o economista, é um sinal a mais da dificuldade que o governo tem em fazer política fiscal anticíclica – gastar mais para ativar a economia – da forma mais recomendável, que é a de ampliar os investimentos. No primeiro trimestre de 2009, o governo teve grande expansão de gastos permanentes (muito difíceis de reduzir no futuro): um total de R$ 8,7 bilhões a mais, ou um avanço de 26,9%, com pessoal ativo e inativo no setor público; e R$ 19 bilhões adicionais, ou um salto de 45,4% com a Previdência do setor privado.
O economista trabalha com o conceito de “custeio restrito”, para ficar mais próximo do que é a percepção geral sobre o que significa custeio, que elimina qualquer programa social ou previdenciário, e também o custeio em Saúde e Educação. Ficam, como nota Mansueto, itens como material de escritório, passagens, bolsas, serviços de consultoria, contas de energia e água, indenizações e, inclusive, equalização de juros em operações como crédito rural, entre outros gastos. O “custeio restrito”, ao contrário do que frequentemente disseram os críticos da política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve uma evolução relativamente contida no seu governo.