Foz do Iguaçu ainda é um dos destinos mais procurados pelo turista estrangeiro. |
Rio (AE) – O turismo brasileiro registrou no ano passado o melhor desempenho da história. O ingresso de divisas com as viagens internacionais foi de US$ 3,22 bilhões, o que representou um crescimento de 30% em relação a 2003. Foi o maior volume de dinheiro apurado desde 1947, quando o Banco Central começou a acompanhar as contas do setor. Com esse resultado, o segmento foi o sexto principal produto da pauta de exportações, atrás de soja em grão, minério de ferro, carros, farelo de soja e aviões.
A diferença entre o que brasileiros gastaram no exterior (US$ 2,8 bilhões) e o que os estrangeiros deixaram no País em 2004 foi positiva para o Brasil em US$ 351 milhões. O saldo, também histórico, representou uma expansão de 61% na comparação com o ano anterior. Entre 1990 e 2002, o Brasil teve sucessivos resultados negativos, acumulando déficit de US$ 22,5 bilhões nesse período. Nos dois primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o resultado está positivo em US$ 568 milhões.
Só em janeiro as viagens internacionais responderam pela entrada de US$ 341 milhões, o melhor resultado desde 1969, época em que o BC iniciou o levantamento mensal de dados. ?Pela primeira vez crescemos acima da média mundial. Agora é que o jogo começou, saímos da segunda divisão!?, comemora o presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Eduardo Sanovicz.
Os desembarques de vôos internacionais, considerando-se brasileiros e estrangeiros que pousaram no País, também foram recordes, ao se situarem em 6,1 milhões, com alta de 14,2% ante 2003. No mercado doméstico, o número de desembarques saltou de 30,7 milhões em 2003 para 36,5 milhões no ano passado. Para o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Marcio Favilla, há uma conjunção de fatores que contribuiu para os bons resultados.
?Houve influência de vários fatores, como o reaquecimento da economia, que fez com que os brasileiros viajassem mais a lazer ou a negócios. Teve também o esforço do setor privado, que aumentou a oferta de crédito com o parcelamento dos pacotes turísticos?, considera Favilla. Segundo ele, os esforços do governo em promover o turismo no exterior também contribuíram para os resultados históricos.
Pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o otimismo no turismo se manterá em 2005. Pelo levantamento, agências, operadoras, locadoras de carros e hotéis pretendem ampliar seus investimentos em até 24% este ano. A enquete foi realizada entre as 50 maiores empresas do setor, que responderam por um faturamento de R$ 7,3 bilhões no ano passado.
As 50 maiores empresas de turismo empregaram 63,3 mil pessoas em janeiro. Entre as agências de turismo, a crença é de que haverá elevação de 5,2% no número de vagas este ano e alta de 11,6% na comparação com 2003. Os hotéis estão mais otimistas, com estimativa de crescimento de 23% em relação a 2003. As operadoras turísticas, por sua vez, acreditam que o número de empregados deverá crescer 25% na mesma base de comparação.
Até 2007, o Plano Aquarela – Marketing Turístico Internacional do Brasil, elaborado pela Embratur, prevê a entrada de 9 milhões de turistas estrangeiros no País, receita de US$ 8 bilhões, geração de 1,2 milhão de empregos e a criação de três destinos brasileiros para o exterior. Favilla diz que já foram identificados 111 destinos turísticos brasileiros com potencial no exterior.