Postos de Curitiba já vendem o litro de gasolina a R$ 2,08 – 6,1% acima do valor médio de R$ 1,96 encontrado na última semana, segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo) em 122 postos. O aumento ocorrido em alguns estabelecimentos ampliou a disparidade de preço entre as revendas, já que ontem havia locais vendendo o combustível por R$ 1,92 no centro da cidade. Isso significa uma variação de 8,3% entre o maior e o menor preço na capital. É a segunda elevação consecutiva da gasolina sem que a Petrobras tenha alterado os valores nas refinarias.

Segundo empresários do setor, a principal explicação para a alta é a retirada de descontos por parte das distribuidoras. “Se a Petrobras retira os descontos, as outras também retiram”, confirma um dono de posto. Outro fator que influiu foi a recomposição das margens de lucro dos postos, após a intensificação da fiscalização. “Os adulteradores estão se cuidando mais”, aponta o empresário. Porém, como os prazos de pagamento dos postos para as distribuidoras variam, o reajuste ainda não chegou a todas as revendas. Quem comprou ontem à vista ou para pagamento em dois dias, ainda pagou o preço velho do combustível. “Vou esperar para ver o que acontece amanhã (hoje) de manhã, quando chegar o novo carregamento”, informou o proprietário do Posto Portal das Mercês, Luiz Antônio Rasera, que ontem comercializava a gasolina a R$ 1,949.

Ele argumenta que não é possível manter um posto funcionando com margem inferior a R$ 0,18 por litro. Segundo ele, o ganho por litro (R$ 0,168) ainda não é suficiente para cobrir os custos. “Um funcionário custa R$ 1,1 mil ou 10 a 12 mil litros por mês, sem contar os impostos, energia, água…”, cita. A pesquisa da ANP apontou que a margem média obtida pelos postos de Curitiba na venda da gasolina era de R$ 0,198 na semana passada.

Rasera comenta, no entanto, que os postos que vendem uma gama completa de produtos conseguem equilíbrio financeiro. “Dá para compensar com a venda de gasolina Supra e Podium”, diz. “Mas quem vende só os produtos básicos (álcool, gasolina comum e diesel) está no prejuízo”.

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