Foto: João de Noronha/O Estado

Encher o tanque do carro ficou mais caro em maio.

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A alta da gasolina pressionou, e os preços administrados por contrato e monitorados subiram 1,33% em maio em Curitiba – a maior variação desde julho do ano passado. Em abril, as tarifas públicas haviam caído 1,30%. Com o resultado de maio, os preços administrados acumulam no ano aumento de 0,97% e, nos últimos 12 meses, alta de 4,24%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Die-ese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

Com o aumento de 5,10%, a gasolina foi o item que mais pressionou a inflação. Em Curitiba, o preço médio do litro passou de R$ 2,39 em abril para R$ 2,512 no mês passado. A alta, segundo o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, está relacionada sobretudo ao aumento da margem de lucro dos donos de postos, que passou de R$ 0,175 por litro para R$ 0,259, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na distribuidora, o preço do combustível também subiu: de R$ 2,21 para R$ 2,25.

Na comparação com outras quinze capitais pesquisadas pelo Dieese, Curitiba foi a que apresentou a maior alta no preço da gasolina. Em onze capitais, houve queda, sendo que a maior (-4,79%) foi verificada em Fortaleza. Apesar disso, Curitiba ainda apresenta uma das gasolinas mais baratas (R$ 2,512), atrás apenas de São Paulo (R$ 2,434) e Belo Horizonte (R$ 2,405). Já entre 31 municípios pesquisados no Paraná, a gasolina mais cara está em Laranjeiras do Sul, a R$ 2,688 em média o litro, e a mais barata em Campo Mourão (R$ 2,467).

Além da gasolina, outro derivado de petróleo que pressionou a inflação em Curitiba foi o gás de cozinha, com aumento de 1,03%. Assim, o preço médio do botijão de 13 kg passou de R$ 30,20 para R$ 30,51. Para Sandro Silva, a alta se deve à oscilação do mercado, mas também ao aumento praticado pelas distribuidoras, que já está chegando aos consumidores. Na comparação com outras capitais, Curitiba apresenta o quarto gás de cozinha mais barato. O menor preço está em São Paulo (R$ 29,08) e o maior em Brasília (R$ 34,55).

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Álcool combustível

Na outra ponta, o preço do álcool combustível não pára de cair. Com a intensificação da safra de cana-de-açúcar, o preço do álcool caiu 12,49% nas bombas de Curitiba no mês passado. O combustível, porém, apesar de ser monitorado pelo Dieese, não entra na cesta de tarifas públicas.

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Em abril, o preço médio do litro era R$ 1,890 e, em maio, R$ 1,654. Nas distribuidoras, a queda foi ainda maior: o litro passou de R$ 1,713 para R$ 1,437, ou seja, variação negativa de 16,11%.

Apesar da queda, o álcool combustível continua caro em relação ao mesmo período do ano passado. Em maio de 2005, o litro custava R$ 1,352, em média, em Curitiba, bem abaixo do valor verificado no mês passado (R$ 1,654).

Para o economista Sandro Silva, há uma série de fatores que podem justificar os preços atuais, entre eles o aumento do consumo interno – com o advento de veículos com motor flex -, aumento da cotação internacional do açúcar e elevação das exportações tanto do álcool como do açúcar.

Junho

Para junho, a expectativa é de nova deflação. Com base na primeira semana do mês, o preço da gasolina registra queda de 7,48%, o gás de cozinha apresenta aumento de 0,92% e o transporte coletivo alta de 0,11%, resultando em queda de 1,50% nas tarifas públicas. ?Deve haver deflação, mas não neste patamar. Dificilmente, o preço atual da gasolina vai se sustentar até o final do mês?, observou o economista. Além disso, junho deve sofrer o impacto do reajuste da energia elétrica e da telefonia fixa. Por enquanto, as agências reguladoras dos dois setores não divulgaram os índices de reajuste.