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Combustível foi o "vilão" dos
preços administrados.

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A gasolina pressionou a cesta de tarifas públicas no mês de março, em Curitiba. Os preços administrados por contrato e monitorados subiram 2,16% – a maior variação do ano e também dos últimos oito meses. Com este resultado, a cesta de tarifas públicas acumula no ano (janeiro a março) alta de 1,98% e, nos 12 meses, variação positiva de 12,97%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Die-ese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros no Paraná (Senge-PR).

Dos itens que compõem a cesta de tarifas públicas, três registraram aumento de preços em Curitiba: a gasolina (11,05%), o pedágio da Ecovia (1,44%) e o transporte coletivo (0,48%). O álcool combustível, apesar de não fazer parte da cesta, também é pesquisado pelo Dieese-PR e apresentou aumento de 8,45%.

O economista do Dieese-PR, Sandro Silva, lembrou que as tarifas públicas vêm subindo mais do que a inflação. Em Curitiba, o IPCA subiu 0,85% em março – bem abaixo do índice dos preços monitorados. A alta no transporte coletivo, explicou, se deve ao fato de que o mês de março teve mais dias úteis do que fevereiro. ?Com a domingueira (tarifa de ônibus a R$ 1,00 aos domingos, desde o final de janeiro), haverá oscilação todo mês, conforme o número de dias úteis ser maior ou menor?, explicou. Já o aumento de 1,44% verificado no pedágio é residual. No dia 4 de fevereiro, a Ecovia reajustou o pedágio de R$ 8,50 para R$ 9,80, o que provocou impacto também em março.

Combustíveis

Em relação à gasolina, o preço médio do litro em Curitiba passou de R$ 2,072 em fevereiro para R$ 2,301 em março, conforme pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) -aumento de 11,05%. Segundo o economista Sandro Silva, o aumento está relacionado à maior margem de lucro dos donos de postos. Segundo a ANP, o lucro por litro passou de R$ 0,134 em fevereiro para R$ 0,313 em março – aumento de 133%. Em termos percentuais, a margem de lucro era de 7% e passou para 16% no período.

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Com os novos preços, Curitiba, que havia apresentado a gasolina mais barata entre as 16 capitais pesquisadas, passou a ocupar a sexta posição entre as mais caras. Também entre 31 cidades do Paraná, a capital passou da 31.ª posição para a 18.ª. A gasolina mais cara foi encontrada em Assis Chateaubriand (R$ 2,40) e a mais barata em Cambé (R$ 2,21).

No que se refere à variação de preços, Curitiba apresentou a maior variação (11,05%), seguida por Fortaleza (9,80%). Entre as 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, nove registraram queda no preço da gasolina. ?Não teve nenhum movimento nacional que justificasse o aumento da gasolina em Curitiba?, apontou Sandro Silva. Já o litro do álcool passou de R$ 1,349 em fevereiro para R$ 1,463 em março.

Expectativa

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Para o mês de abril, a expectativa é que as tarifas públicas tenham aumento de 0,68%. No entanto, caso o novo preço da gasolina perdure até o final do mês – desde a última terça-feira, o preço médio caiu de R$ 2,37 o litro para R$ 2,24, por conta de decisão judicial -, os preços monitorados podem fechar com deflação de 0,50%, apontou Silva. 

Salário não compete com mensalidade

Os professores da rede particular de ensino do Paraná estão em campanha salarial. O Sindicato dos Professores do Paraná (Sinpropar), que reúne os professores de todo o Estado, com exceção da região Norte (que têm outra entidade representativa) está pedindo aumento salarial médio de 10% – inflação do período medido pelo INPC, mais aumento real de 4%. Já o sindicato patronal oferece 7%. ?Nossa proposta é, pelo menos, pela recuperação parcial das perdas?, alegou o presidente do Sinpropar, Sérgio Gonçalves.

Conforme o levantamento do Dieese-PR, de 1999 até o primeiro trimestre de 2005, o valor das mensalidades no ensino superior no Paraná subiu 123%; neste mesmo período, o salário dos professores aumentou apenas 45%. No ensino particular como um todo – incluindo creches, ensino básico, médio e superior -, as mensalidades subiram 86,06% em média e os salários dos professores, 45,08% – ou seja, defasagem de 40,98%.

Segundo Gonçalves, as escolas apontam a inadimplência como fator que impede um reajuste salarial maior. Mas o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro, rebate a alegação. ?De 99 a 2003, a inadimplência foi um grande problema. Mas houve uma redução de 2004 para cá. Além disso, houve redução de ISS (Imposto sobre Serviços) de 5% para 2% em Curitiba, o que deveria refletir num custo menor para os pais, o que não aconteceu?, apontou Cordeiro. Conforme levantamento do Dieese-PR, as mensalidades escolares em Curitiba e região subiram 10,09% este ano – acima da média nacional, que foi 7,75%. (LS)