Gasolina está mais barata fora de Curitiba

Encher o tanque em postos localizados às margens das rodovias pode ser mais vantajoso do que abastecer em Curitiba. A conclusão é de consumidores que, assustados com o preço da gasolina comum – que chegou a custar R$ 2,499 no início do mês -, estão procurando alternativas para aliviar o bolso na hora de encher o tanque.

É o caso do bancário Luiz Henrique Pesc, que foi a Paranaguá no último sábado e encontrou gasolina sendo vendida a preços muito menores na BR-277. Na volta para Curitiba, Pesc conta que parou em um dos postos (Farol III, da bandeira Ipiranga, em Paranaguá), onde o litro da gasolina comum estava sendo comercializado a R$ 2,359. ?Conversei com o gerente do posto, e ele me confirmou que a sua gasolina é obtida junto à Distribuidora Ipiranga de Araucária e, ainda, possui um custo de transporte muito superior à gasolina entregue em Curitiba?, comentou Pesc. ?Se a R$ 2,359 dá lucro para revenda em Paranaguá, por que em Curitiba estão vendendo a R$ 2,499??, questionou o bancário.

Para ele, existem duas possibilidades que norteiam os postos de combustíveis em Curitiba. ?Ou os postos estão majorando os preços para ganhar mais do que devem ou são obrigados a fazer isso, alguém que force a manter o preço mais ou menos igual?, suspeita. Para o bancário, existe um nivelamento de preços que não é causado pela concorrência. ?Se fosse por concorrência e o preço praticado em Curitiba fosse real, em Paranaguá o preço da gasolina seria mais alto do que aqui, mas não é?, reclamou. ?A idéia de descer para o litoral com o tanque cheio para não ter que abastecer lá está totalmente descartada. Compensa muito mais abastecer nos postos da BR-277?, defendeu. Pesc criticou ainda o ?alinhamento? de preços nos postos de Curitiba.

Mas não é apenas no percurso até o litoral que o preço da gasolina está menor. Na BR-116, em direção a Campina Grande do Sul, também é possível encontrar o litro da gasolina comum sendo vendido por até R$ 2,22. No bairro Campo Comprido, ontem era possível encontrar o litro a R$ 2,28.

Liminar

Desde a semana passada, os preços da gasolina comum vêm se modificando nas bombas de Curitiba. O motivo é a decisão do Tribunal de Justiça, que voltou a tabelar a margem de lucro dos donos de postos em 11% para a gasolina e de 30% no caso do álcool. A decisão, no entanto, vale apenas para postos que não são sindicalizados.

?A idéia é que esses postos rebalizem os preços. Na periferia, o preço já começou a baixar ligeiramente?, comentou o promotor Maxiliano Deliberador, da Promotoria de Defesa do Consumidor. ?A tendência é que de agora em diante os preços caiam ainda mais.?

Sindicombustíveis-PR

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, rebateu a informação de que no litoral o preço da gasolina estaria bem abaixo do praticado em Curitiba. ?Estive ontem (anteontem) de manhã no litoral e não vi nada parecido. Vi a R$ 2,45, R$ 2,47, R$ 2,49, mas não a R$ 2,35. Mesmo porque o custo do litro acrescido de impostos soma R$ 2,18, R$ 2,22. Não existe milagre a ser feito?, afirmou. Para ele, o preço encontrado pelo bancário pode ter sido ?promocional.?

Sobre a redução gradativa do preço da gasolina em Curitiba, Fregonese atribui o fato à decisão judicial. ?É mais um imbróglio jurídico. A desembargadora não conhece a decisão do STJ, que afirma que esta questão tem de ser definida pela Justiça federal e não estadual?, explicou. Segundo ele, o sindicato já entrou com recurso para tentar reverter a decisão. Em Curitiba, de acordo com Fregonese, há 54 postos não-filiados ao Sindicombustíveis-PR e cerca de 300 filiados. A decisão que tabela a margem de lucro vale apenas para os não-filiados.

Sobre a denúncia de ?alinhamento de preços?, Fregonese afirmou que o processo não caracteriza cartel. ?Isso acontece não só em Curitiba, mas no mundo todo. Os custos dos postos são muito semelhantes?, alegou ele.

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