A gangorra do preço dos combustíveis em Curitiba não pára. A gasolina está até 18% mais barata, comparada aos preços vigentes na terceira semana de fevereiro. O litro, que custava em média R$ 2,12 – conforme a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) – recuou, nesta semana, para o valor médio de R$ 1,85, segundo dados do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados do Paraná (Sindicombustíveis/PR). Isso representa uma queda de 12,7%. Mas já é possível encontrar postos vendendo o combustível a R$ 1,78, o que significa uma redução de 16% em um mês. Porém em relação ao valor máximo atingido na primeira quinzena de fevereiro (R$ 2,18) está 18,3% inferior. O maior valor na capital hoje é R$ 1,99.
Segundo o presidente do Sindicombustíveis/PR, Roberto Fregonese, dois fatores explicam a queda expressiva do preço da gasolina em Curitiba: “é o misto de uma guerra de preços com a redução no preço do álcool – em função do excesso de produto”. A queda do preço do álcool não é comum na época da entressafra da cana-de-açúcar. Em março do ano passado, cita Fregonese, o álcool saía das usinas a R$ 1,00. Agora, é vendido às distribuidoras por R$ 0,54, incluindo os impostos. Para os postos, é repassado entre R$ 0,68 e R$ 0,70. Nas bombas, o preço do álcool combustível, que era vendido em média a R$ 1,14 – há um mês – pode ser encontrado por R$ 0,77, o que representa uma redução de 32,4%.
A margem média do revendedor está ao redor de R$ 0,10 por litro. “Já caiu tudo e mais um pouco. Para um custo de R$ 1,75, tem gasolina vendida a R$ 1,81, o que é um patamar irracional”, comenta Fregonese. Segundo ele, é possível que os preços caiam mais um pouco, caso repita-se a prática de dumping (venda abaixo do custo). “O mercado está nas mãos das distribuidoras”, ressalta, acrescentando que “num mercado pulverizado, com um forte ingrediente de concorrência, não existe sustentação para preço baixo nem para preço alto”.
O presidente do Sindicombustíveis/PR não descarta nova alta nos preços dos combustíveis. “Estamos em ambiente de dissídio coletivo. A tendência é que isso (preços baixos) se reverta a curto prazo, já que qualquer reajuste será retroativo a primeiro de março”, explica.
