Se não bastasse o valor já elevado da gasolina, esta semana os curitibanos começaram a se deparar com preços ainda mais altos. Alguns postos elevaram os valores do litro em mais de R$ 0,10, e ficou mais comum encontrar estabelecimentos vendendo o combustível a R$ 2,49.
A elevação acontece a poucos dias de outro aumento já anunciado pelos postos, que deve ser de mais R$ 0,10, em média, no dia 1.º de abril. A justificativa é a nova alíquota, de 28%, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina e do álcool, que entrará em vigor no mês que vem.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustiveis-PR), Roberto Fregonese, as elevações de preços que vêm acontecendo nos últimos dias, em alguns postos, se devem principalmente a uma inundação de álcool combustível chegando na capital sem a devida documentação fiscal, somada a um aumento na quantidade de gasolina adulterada.
“Já denunciamos à Agência Nacional do Petróleo (ANP), que terá que tomar as providências cabíveis”, afirma Fregonese. Ele diz que as irregularidades vêm aumentando desde dezembro, e culpa a falta de fiscalização no setor. “O estado de São Paulo apertou a fiscalização recentemente e fechou 600 postos. Então o pessoal veio vender no Paraná”, conclui.
O problema derrubou, segundo o dirigente, os preços nas bombas nos últimos dois meses, e fez com que os postos tivessem que trabalhar com pequenas margens de lucro.
“Essa guerra de preços sempre tem data para terminar”, afirma. Outra questão que pode estar impactando nos preços, para Fregonese, é a proximidade do dissídio coletivo da categoria, que deve acontecer em maio. Mesmo assim, ele ainda considera grande a diferença de valores. “Tem gasolina sendo vendida desde a R$ 2,19 até a R$ 2,49”, diz.