A Petrobras anunciou ontem o reajuste do gás natural a partir deste sábado, dia 1.º. O gás comprado da Bolívia pela estatal sofrerá um aumento de 10% e significará um repasse de 6% às distribuidoras estaduais. No Paraná, a Companhia Paranaense de Gás (Compagás) informou, através da assessoria de imprensa, que o setor financeiro está avaliando o impacto do reajuste e que ainda não definiu se o aumento será repassado ao consumidor.
O reajuste é resultado da aplicação do contrato em vigor entre a Petrobras e a YPFB (a estatal petrolífera da Bolívia), que prevê aumentos trimestrais. Em abril, houve aumento de 8,3%, que foi absorvido pela Compagás. Segundo a Petrobras, o preço definitivo do gás será conhecido no início de julho, com base no cálculo de uma cesta de óleos combustíveis do mercado internacional. O Brasil importa, em média, 26 milhões de metros cúbicos diários.
A Bolívia também negocia com o Brasil um novo aumento de preços que não está previsto em contrato. Com a nacionalização das reservas de petróleo e gás anunciada no último dia 1.º de maio, o país vizinho começou a pressionar seus principais compradores -Brasil e Argentina – a aceitarem o reajuste.
A Petrobras, entretanto, anunciou que não aceita, aumentos que não estejam previstos no contrato, ameaçou recorrer a uma câmara de arbitragem internacional e ainda congelou investimentos no país vizinho.
A decisão sobre o reajuste pode ocorrer em um período de 180 dias após o último 1.º de maio – ou seja, até o final de outubro. A expectativa de analistas é de que o aumento, se ocorrer, só seja anunciado após as eleições no Brasil.
