Gás de xisto pode prejudicar cervejas alemãs

A Federação das Cervejarias Alemãs advertiu o governo do país de que a extração de gás natural de xisto ameaça contaminar o lençol freático e afetar a qualidade da cerveja produzida no país. O processo de extração do gás de xisto envolve uma técnica conhecida como fratura hidráulica, ou “fracking”, que consiste em injetar água, areia e produtos químicos no subsolo para pressionar os depósitos de gás para a superfície.

“Nós acreditamos que um efeito de longo prazo do ‘fracking’ nos lençóis freáticos não pode ser descartado e, por isso, a oferta segura de água não contaminada para a indústria de bebidas não pode ser garantida”, diz a carta enviada pela Brauer Bund a seis ministros do governo alemão. Segundo a revista Der Spiegel, a composição da cerveja na Alemanha é regulamentada pela “lei de pureza” (Reinheitsgebot) desde 1516; o produto não pode conter nada além de água, cereal maltado, lúpulo e fermento.

O governo liderado pela chanceler Angela Merkel elaborou projetos de lei para regulamentar a extração do gás de xisto e concordou, na semana passada, em proibir o “fracking” em áreas de nascentes e na proximidade de lagos, mas os cervejeiros dizem que as propostas não são suficientes para garantir a integridade do suprimento de água.

Na reunião de cúpula europeia desta quarta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a Europa “não pode ficar para trás na corrida global. A Europa tem 75% dos recursos de energia de xisto dos EUA, mas os norte-americanos estão perfurando 100 vezes mais rápido do que os europeus”.

Segundo Marc-Oliver Huhnholz, porta-voz da Brauer Bund, “pelo menos metade das cervejarias da Alemanha tem seus próprios poços, por causa do grande volume de água utilizado. Essas fontes nem sempre estão localizadas em áreas protegidas”. As informações são da Dow Jones.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna