O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, afirmou nesta terça-feira, 27, que a grande demanda por títulos públicos, tanto em leilões do Tesouro quanto no Tesouro Direto, se deve à expectativa de “boa parte dos analistas de mercado” quanto ao fim do ciclo de alta de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo Garrido, o declínio das taxas de juros dos papéis públicos e a alta demanda verificados em abril têm se mantido em maio. Garrido usou dois exemplos para argumentar que as taxas de juros estão em queda. A LTN com vencimento em janeiro de 2018 tinha taxa de 12,74% em 3 de abril e passou para 12,13% em 23 de maio. “Temos observado quedas de juros de maneira geral”, afirmou. A NTN-B com vencimento em 2050 foi vendida em 8 de abril com taxa de 6,59%, segundo Garrido. Em 20 de maio, foi para 6,24%. “No mercado secundário, do dia 20 para cá essa taxa continua em queda. Ou seja, há movimento de queda das taxas de juros (dos títulos públicos) e muitos investidores estão aproveitando o momento para comprar títulos”, disse.
Garrido afirmou, ainda, que as taxas dos títulos públicos ainda estão em patamares elevados e poucos analistas acreditam que há riscos de essas taxas se elevarem. “Isso significa que, para o investidor, há maior certeza de rentabilidade, uma vez que tendência é que as taxas caiam e os preços aumentem”, disse ele, defendendo que o momento é interessante para compra de papéis.