O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje que as negociações em torno da venda da cota paraguaia de energia de Itaipu ao Brasil continuarão hoje. “O acordo não está ainda fechado. Estamos agora definindo os detalhes. Como todo mundo sabe, o diabo mora nos detalhes”, disse ele, que se recusou a mencionar quais são os tópicos já acertados e as pendências. As conversas serão retomadas pelas equipes técnicas nesta manhã, com a perspectiva de que o acordo final seja anunciado amanhã pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, em Assunção, e de que venha a pôr fim em um conflito bilateral que se estende há 11 meses.

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Em princípio, ambos os lados teriam concordado com o reajuste do valor adicional pago pelo Brasil ao Paraguai, que subiria de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões. Parte desse acréscimo seria destinado a um fundo, que teria o objetivo de financiar a instalação de uma linha de transmissão de energia entre Itaipu e Assunção e a construção de uma subestação.

Também continua em negociação o esquema de liberação gradual da venda da energia do Paraguai ao mercado livre brasileiro. Isso significaria a redução paulatina do escoamento obrigatório da energia para a Eletrobrás, com a qual a estatal paraguaia Administração Nacional de Energia (Ande) conta com preço fixo reajustado anualmente (hoje de US$ 45 por megawatt por hora), e a exposição do Paraguai às oscilações dos preços de mercado. Na semana passada, o preço do megawatt por hora no Sul e no Sudeste do País era de R$ 31,78 – cerca de um terço do valor desembolsado pela Eletrobrás.

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