O Palácio do Planalto considerou “fictícia” a informação de que o Brasil e os Estados Unidos pretendem fechar, no futuro, um acordo para elevar os embarques de petróleo e de derivados brasileiros para o mercado norte-americano. A informação foi publicada na edição do jornal espanhol El País esta semana. “Isso é uma ficção do jornalista do El País, que deveria se dedicar à literatura”, afirmou Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais.
O material do El País informou que o tema seria discutido durante o primeiro encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, no próximo sábado (14), em Washington. O interesse dos EUA estaria na elevação da oferta brasileira, a partir da exploração na camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho. Segundo o jornal, ao aumentar as importações de petróleo brasileiro os EUA pretenderiam diminuir sua dependência do combustível da Venezuela.
Marco Aurélio descartou a possibilidade de o tema ser levantado nessa primeira conversa entre Lula e Obama. Mas, ao atacar a reportagem do El País, valeu-se de argumentos pouco sólidos. Ele afirmou que a notícia não faz sentido porque a produção brasileira está voltada prioritariamente para o mercado interno e o País jamais faria um acordo desse calibre em detrimento de outras regiões. De fato, o suprimento interno é o objetivo primordial da Petrobras. Mas a empresa não desconsidera as oportunidades de elevação de seus embarques.
No ano passado, a companhia exportou uma média de 673 mil barris diários de petróleo e derivados – um volume recorde – e fechou o comércio com o exterior com saldo positivo de 103 barris diários. A produção de óleo e gás da Petrobras no Brasil e exterior alcança atualmente 2,3 milhões de barris ao dia. No mês passado, a Petrobras iniciou negociação para a exportação de até 100 mil barris ao dia para a China ao longo de 2009.
