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Produção de maçã do Paraná é beneficiada com o trabalho feito no Sul do País. |
Graças ao Programa Nacional de Erradicação da Cydia pomonella, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os produtores brasileiros de maçã vão muito bem, obrigado! No ano passado, foram exportadas cerca de 113 mil toneladas da fruta para mais de 40 países de todos os continentes, o que correspondeu à cifra de US$ 68,6 milhões.
A Cydia pomonella é uma praga que afeta as culturas de maçã, impõe vultosos prejuízos aos produtores e provoca danos ao meio ambiente por causa da alta toxicidade dos produtos usados no seu combate. Além disso, é o principal entrave fitossanitário para comercialização da fruta nos mercados externos. O Brasil é um dos poucos países que não possuem a praga em pomares comerciais, mas a importação de maçã e pêra da Argentina e do Chile trouxe, no início da década de 1990, a lagarta que provoca danos aos frutos.
A praga se estabeleceu nas árvores das regiões urbanas de Vacaria (RS), Caxias do Sul (RS), Bom Jesus (RS) e Lages (SC). A parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agropecuário de Santa Catarina e a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul impediu que a praga se disseminasse na zona rural. É nesta área onde se concentra a maior parte da produção de maçã. Santa Catarina e Rio Grande do Sul são responsáveis por 95% do cultivo de maçã no Brasil. O Paraná tem parcela neste total.
Em 2005, foram repassados, por meio de convênio do Mapa com a ABPM, R$ 444 mil. No ano seguinte, foram mais R$ 700 mil e em 2007 o valor aprovado chegou a R$ 1,2 milhão. O trabalho que vem sendo realizado para que a praga não alcance os pomares da zona rural consiste, basicamente, na instalação de armadilhas para captura da mariposa e no corte e substituição de árvores de frutos rosáceos, as preferidas pela praga, pelas de frutos não hospedeiros como, por exemplo, os cítricos.
O pico de incidência da praga já passou. Nos últimos anos, a captura da mariposa vem diminuindo constantemente, o que explica o êxito do programa. Em Bom Jesus (RS), nos dois últimos anos não foi capturada nenhuma mariposa.
Prejuízos evitados
De acordo com a ABPM, a perda de produção causada pela mariposa no campo é de cerca de 5%, o que, no Brasil, corresponderia a 50 mil toneladas e um prejuízo estimado em mais de R$ 70 milhões por ano. A praga não afeta apenas a maçã, mas as rosáceas de maneira geral (pêra, pêssego, nectarina, marmelo, etc) e outras em que o cultivo emprega direta e indiretamente mais de 150 mil pessoas em todo o País.